GENERAL SALGADO
Família faz exumação de corpo e enterra idosa por falta de coveiro em General Salgado
Família faz exumação de corpo e enterra idosa por falta de coveiro em General Salgado
Prefeitura diz que é responsável apenas por disponibilizar o terreno no cemitério
Prefeitura diz que é responsável apenas por disponibilizar o terreno no cemitério
Família enterra parente sozinha por falta de coveiro - Foto: Reprodução/TV TEM
Da Redação/G1
Uma família moradora do distrito de Prudêncio e Moraes, em General Salgado, precisou retirar os restos mortais de um familiar enterrado há 11 anos para sepultar uma idosa da família por falta de coveiro no cemitério municipal.
Em declaração para a TV TEM, João Correa da Costa contou que teve que retirar do terreno os restos mortais do irmão para fazer o sepultamento da mãe, de 83 anos, que morreu de infarto.
Iracilda Corrêa da Costa, neta da idosa, falou sobre o sentimento da família diante da situação.
“Na hora [do sepultamento] a gente ficou sabendo que não tinha coveiro disponível, por isso meu pai, meu tio, genros e netos tiveram que fazer a exumação de um corpo de outra pessoa da família para poder enterrar minha avó, sem preparação nenhuma. Muito constrangedor para a gente”, conta.
Em nota, a Prefeitura de General Salgado informou que tomou conhecimento sobre o caso quatro dias após o sepultamento devido a uma reclamação registrada pela família.
Ainda em nota, a prefeitura informou que é responsável apenas por disponibilizar o terreno no cemitério, sendo o sepultamento de responsabilidade da família, que deve contratar o serviço de forma terceirizada.
Flávio Gomes é morador do distrito há oito anos e contou que nunca viu um coveiro do município no local. Segundo ele, sempre que alguém morre, o sepultamento fica a cargo da família.
“O valor a ser pago por uma mão de obra particular para fazer o serviço de sepultamento é R$ 1,3 mil. Mas na situação que nós estamos hoje, quem vai ter esse dinheiro? Já passa uma situação difícil quando perde um ente querido, ainda vai ter que desembolsar mais R$ 1,3 mil.”
General Salgado
A falta de coveiro não é exclusividade do distrito de Prudêncio e Moraes. A situação também se repete no cemitério municipal de General Salgado.
O pai do morador Alex Camargo morreu no início do ano. O rapaz contou que precisou pagar uma pessoa para fazer o enterro.
“Fomos atrás e não tinha coveiro da prefeitura. Aí, como a gente era de lá, a gente já sabia quem fazia esse serviço e eu fui atrás", diz. “Você tem que correr atrás de um terceiro para fazer um serviço desse que já era para estar disponível. Ter um coveiro na cidade é o básico."
Diante da confirmação da prefeitura de General Salgado de que os cemitérios municipais não têm coveiro, a TV TEM entrou em contato com um defensor público, que informou que os serviços funerários são considerados essenciais e que se o cemitério é municipal, a competência para organizar e prestar esses serviços é do município.
O defensor informou, ainda, que as famílias que se sentirem prejudicadas podem procurar o Ministério Público para que as providências sejam tomadas.
Fonte: g1.globo.com