Da Redação

Outubro já é o quarto mês consecutivo que a indústria da região de Rio Preto apresenta resultados negativos na empregabilidade. No mês passado, o índice de emprego do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) fechou negativo em 1,11%, o que significa a perda de 1 mil postos de trabalho. Em setembro a perda havia sido bem menor, de 50 empregos formais. Os números são relativos a 102 municípios da região de Rio Preto.

No mês passado, o desempenho foi motivado pelos resultados ruins obtidos por três setores, principalmente: produtos alimentícios (-2,48%), confecção de artigos de vestuário e acessórios (-2,21%) e veículos automotores e autopeças (-1,35%). Nos últimos 12 meses, o acumulado é de -6,25%, o que representa uma perda 5.950 postos de trabalho na região. Os meses de setembro e agosto deste ano também fecharam em baixa, representando -0,06% e -1,06%, respectivamente.

Na comparação entre outubro deste ano com outubro do ano passado, o cenário é pior, negativo em 0,76%. Esse é o pior desempenho do mês de outubro desde 2011, que teve na época uma queda de -1,93%. De 2014 a 2016, todos os meses de outubro fecharam com perda de postos de trabalho, com o pior desempenho em outubro deste ano. O que evitou que a queda fosse ainda maior para o mês passado foram os setores elétrico e farmacêutico, que fecharam com alta de 3,47% e 2,46%.

Das 36 diretorias regionais do Ciesp incluídas na pesquisa, 18 (50%) registraram queda. Os destaques foram Limeira (-4,31%), Santa Bárbara d´Oeste (-3,46%) e São José dos Campos (-2,56%). Para 12 (33%) das regionais o saldo de postos de trabalho foi positivo, com destaque para Matão, que registra contratações pelo segundo mês consecutivo, (1,92%), Santos (1,75%) e Santo André (0,90%). Rio Preto teve a sétima pior colocação entre as regiões.

ESTADO

No Estado de São Paulo, a indústria demitiu 6,5 mil trabalhadores em outubro. As demissões representam uma queda de 0,28% no nível de emprego em relação ao mês de setembro. Com esse resultado, a indústria paulista colocou nas ruas 92 mil trabalhadores no acumulado do ano, de janeiro a outubro deste ano. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e Ciesp, Paulo Francini, o resultado da pesquisa levou à revisão da projeção, feita pelas entidades, de 165 mil postos de trabalho a menos na indústria paulista em 2016.

“Continuamos perdendo, mas de forma atenuada e devemos chegar a, no máximo, 150 mil demissões”. Francini afirma, no entanto, que a situação da indústria é muito grave e ser melhor do que 2015 - quando foram registrados 235 mil postos de trabalho a menos - é quase uma obrigação do setor. “Não conseguimos ver ainda a marca do que poderíamos chamar de recuperação e retorno do crescimento. Melancolicamente caminhamos para mais um final de ano negativo na economia brasileira e na indústria de transformação”, afirmou.