MISÉRIA E FOME

‘Folha’, que bajula Guedes, publica matérias sobre a “rotina dos miseráveis”

‘Folha’, que bajula Guedes, publica matérias sobre a “rotina dos miseráveis”

Cenas de insegurança alimentar estão mais recorrentes; elas existem: as pessoas que dependem de doação, xepa e lixo para comer

Cenas de insegurança alimentar estão mais recorrentes; elas existem: as pessoas que dependem de doação, xepa e lixo para comer

Publicada há 2 anos

"Já aconteceu de eu comer lixo e passar mal, mas agora é mais difícil. O organismo já está acostumado", confidencia Tiago Bastos de Santana, 24, morador de rua que pede ajuda para comer na Mooca, zona leste de SP - Foto: Karime Xavier/Folhapress

João Leonel

A crise econômica vem se agravando nos últimos anos, ao contrário do que fora prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, à frente de um governo que despreza excluídos e faz aumentar a miséria no Brasil, mesmo com reformas negociadas, no ‘alto custo’ das emendas parlamentares, como se fossem o “remédio” necessário justamente contra a crise. Algo que não deu certo exatamente pelo modelo econômico que está em prática, há pelo menos 4 anos.

Os registros a seguir são reflexos, inevitáveis, do que produz o atual governo federal, sob a batuta econômica de Guedes, apoiado, incondicional, pela grande mídia, incluindo Folha de S.Paulo e seus tentáculos comerciais inescrupulosos. 

Em matéria assinada pela jornalista Mariana Agunzi, com imagens registradas por Karime Xavier, a Folha de S.Paulo, que adora Guedes, joga luz sobre um sombrio cenário que atinge parcela cada vez maior da população na capital paulista. 

“A pandemia e a alta da inflação deixaram ainda mais visíveis um velho problema brasileiro: a fome. Cenas de pessoas buscando doações, alimentos rejeitados por supermercados e até lixo se tornaram comuns no país”, inicia o texto. 

E segue: “Pessoas que vivem nas ruas e famílias sem renda travam, dia a dia, uma batalha para não dormir de estômago vazio. No fim das contas, elas até comem; não por ação do poder público, mas pela solidariedade da população”.

Largados à própria sorte: “É o empreendedor da feira que troca a ajuda no desmonte da barraca por legumes e frutas da xepa. É a funcionária da limpeza urbana que separa, e doa, a comida boa que iria para o lixo. São os projetos, ONGs e associações civis que oferecem refeições a quem precisa”.

Dados do último Mapa da Desigualdade de São Paulo, de acordo com a reportagem, mostram que “as ofertas de emprego formal se concentram no centro da capital paulista enquanto bairros periféricos, como Parelheiros ou Jardim Ângela, têm 0,5 emprego para cada 10 habitantes em idade ativa”: Nesses locais, as pessoas se viram como podem.

Fotografia da realidade: “Calçadas, até então dominadas por homens, passam a ser também o lar de mulheres e crianças. Para estimar a população que vive nas ruas, a prefeitura antecipou o censo, e espera divulgá-lo até meados de 2022. Os dados sobre moradores de rua devem corroborar uma situação já bem visível: o aumento do número de famílias, em sua maioria, chefiadas por mulheres que buscam comida para levar para casa”. 

Confira aqui alguns relatos da rotina de moradores de rua que estão em guerra contra a fome.

SEM “REMÉDIO”

Sem comer, pessoas desmaiam em filas de postos de saúde de São Paulo e pedem comida nas consultas.

O TAB, do Portal UOL, traz outro relato desta cruel realidade em reportagem de Felipe Pereira, com fotos de André Porto. 

O texto narra que “as cadeiras da recepção da UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Três Corações, na zona sul de São Paulo, ficam distantes umas das outras. Mesmo assim, as pessoas perceberam que Felipe Santos de Oliveira, 23, passava mal”.

"Comecei a sentir tontura e a mulher do lado perguntou se eu tava bem. Eu caí, apaguei. Foi muito rápido. Acordei e tava todo mundo assustado. Eu tava sem entender o que aconteceu", contou Felipe.

Todos foram acudi-lo e virou aquela coisa de traz um copo d'água, abana, abre espaço para o moço respirar. Até que perguntaram se Felipe havia tomado café. O rapaz desmaiou de fome: fazia mais de 24 horas que não comia.

Médica da UBS Jardim Campinas, também na região sul da capital, Daniela Silvestre viu entrar em seu consultório, em junho, uma grávida de 30 anos que cambaleava. Olhos fundos, boca seca e muita magreza. Ela perguntou se a paciente usara drogas ou se havia bebido. Arregalou os olhos com a resposta da mulher. 

"Não. Você não tem nada para eu comer? Eu preciso comer."

A grávida não comia havia dois dias. Além de tratar doenças, as pessoas têm ido aos postos de saúde procurar remédio para problemas sociais.

Confira matéria completa do TAB UOL aqui

Ana Paula Santos, 33, mostra o "fogão" que faz com latas, tijolos e álcool - Foto: Karime Xavier/Folhapress

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