APÓS 14 ANOS
Santa Casa anuncia oficialmente recuperação financeira inédita em sua história
Santa Casa anuncia oficialmente recuperação financeira inédita em sua história
Evolução das dívidas anuais não apresentava redução do valor geral desde 2007, quando o balanço patrimonial começou a ser divulgado
Evolução das dívidas anuais não apresentava redução do valor geral desde 2007, quando o balanço patrimonial começou a ser divulgado
João Leonel
Desde a operação “Assepsia”, deflagrada em 16 de julho de 2019 pela Delegacia Seccional de Polícia de Fernandópolis, com apoio do GOE – Grupo de Operações Especiais, a Santa Casa passa por uma devassa em seu setor administrativo e financeiro.
Complementada pela operação “Hígia”, as investigações policiais culminaram na intervenção judicial, decretada em fevereiro de 2020.
Marcus Chaer assumiu o cargo de provedor da Santa Casa de Fernandópolis em dezembro de 2019, função que exerce, como administrador judicial, desde o início da intervenção.
Em março de 2020, o valor da dívida geral do hospital atingia R$ 60 milhões, superando os R$ 52 milhões apontados preliminarmente logo após as operações policiais, “Assepsia” e “Hígia”. No pico da pandemia, as dívidas chegaram a aproximadamente R$ 62 milhões.
Na manhã desta sexta-feira (11), Marcus Chaer concedeu uma entrevista coletiva, quando apresentou, oficialmente, o Balanço Patrimonial do hospital.
Superando as expectativas, o endividamento anual da Santa Casa, consolidado em dezembro de 2021, é de R$ 53.185.640,66.
Em matéria publicada no dia 29 de janeiro, na edição nº 4187 deste “O Extra.net”, cujo título é “Sob intervenção e novo modelo administrativo, Santa Casa de Fernandópolis diminui dívida geral”, a previsão do endividamento anual para 2021 era de R$ 55 milhões.
Destacando que, pela primeira vez, com os números apresentados na manhã desta sexta, o endividamento anual da Santa Casa interrompe um aumento sistemático de valores no “negativo”.
Com um superávit de R$ 635.290,00 em 2021, o que não acontecia desde 2009, há 12 anos, quando foi registrado o valor de R$ 460.736,00 de balanço positivo, a série histórica indica uma recuperação financeira que, há alguns anos, parecia impossível.
Como parâmetro dessa recuperação, o valor do déficit de 2020 foi recorde: R$ 8.400.818,00.
E para um comparativo, confira a lista abaixo, ano a ano, desde 1948, quando o provedor foi Apolinário de Matos, de todos os provedores e, a partir de 2007, dos provedores e a evolução da dívida geral anual da Santa Casa.
FALA PROVEDOR
Marcus Chaer, além dos números, indicou que estão em sendo encaminhados possíveis credenciamentos para hemodinâmica, em parceria com o IaCor. Há projetos para uma UTI Pediátrica/Pré-Natal, além de investimentos em análise para o setor de infectologia.
“Tudo isso, consequentemente, poderá ampliar ainda mais a atuação da Santa Casa como Hospital de Ensino, abrindo novos programas de Residência Médica”, enfatizou Chaer.
Destacando que gestões anteriores não tratavam a Santa Casa como uma empresa, Chaer declarou que sua atuação vem focando nesse caráter empresarial, com empenho mais profissional na condução administrativa do hospital.
Quando apresentou o aumento de faturamento, tanto via SUS quanto de convênios e particulares, destacou a retomada da confiança e de credibilidade da Santa Casa junto à sociedade fernandopolense e população de toda a região.
Números computados dentro da receita bruta de serviços, somando-se as subvenções federais, estaduais e municipais, apresentam um aumento de 76,21%, batendo R$ 25.587.625,00 em 2021, se comparado com 2020, quanto esse total foi de R$ 14.521.523,00.
O faturamento com atendimentos também ganhou destaque durante a apresentação de Chaer:
- Pacientes via SUS: R$ 19.132.151,00 em 2021, superando os R$ 15.832.371,00 de 2020.
- Pacientes Convênios: R$ 12.428,692,00 em 2021, superando os R$ 6.824,943 de 2020.
- Pacientes Particulares: R$ 1.880.035,00 em 2021, superando os R$ 787.449,00 de 2020.
Concluindo, o administrador judicial confirmou que o total das despesas operacionais também diminuiu: R$ 9.690.802,00 em 2021, ante R$ 10.824.704,00 em 2020.
Relembre os provedores da Santa Casa desde 1948
1948/1949 Apolinário de Matos
1949/1952 Waltrudes Baraldi
1952/1957 Adhemar M. Pacheco
1957/1959 Américo Messias dos Santos
1959/1959 Edson Rolim
1959/1959 Luiz Carlos Ramos
1959/1961 Adhemar M. Pacheco
1961/1974 Theodósio D. Semeghini
1974/1976 Moacyr Ribeiro
1976/1978 Theodósio D. Semeghini
1978/1980 Waldomiro Renesto
1980/1982 Moacyr Ribeiro
1982/1986 Paulo Fantini
1986/1990 Nagib Aidar
1990/1990 Waldemar Pereira do Nascimento
1990/1998 Pedro Pezzatti
1998/2002 Antonio José Zaparoli
2002/2002 Jurandyr Pessutto
2002/2004 Pedro Pezzatti
2004/2007 Antonio José Zaparoli
PERÍODO SOB INVESTIGAÇÃO COMEÇA EM 2007:
CONFIRA A EVOLUÇÃO DAS DÍVIDAS
2007/2009 José Sequini Júnior
2007 – R$ 8.185.866,00
2008 – R$ 9.838.575,00
2009 – R$ 10.328.739,00
2010/2011 Diomar Pedro Durval
2010 – R$ 11.786.159,00
2011 – R$ 12.687.193,00
2012/2014 Geraldo Silva de Carvalho
2012 – R$ 14.526.379,00
2013 – R$ 19.729.805,00
2014 – R$ 23.097.604,00
2015/2016 Sandra Regina de Godoy
2015 – R$ 25.329.154,00
2016 – R$ 29.670.613,00
*Entre os anos de 2016 e 2017, após a saída de Sandra Regina de Godoy, Flávio Carlos Ruy Ferreira, ex-secretário municipal da Saúde de Fernandópolis, e Edilberto Sartin figuraram como provedores ‘pro tempore’ (temporariamente)
2017/2019 Fernando Cordeiro Zanqui (OSS de Andradina)
2017 – R$ 40.603.064,00
2018/2019 – R$ 52.600.000,00
2020/2021 Marcus Vinícius Paço Chaer
2020 – R$ 62.000.000,00 (no pico da pandemia)
2021 – R$ 53.185.640,66.
HISTÓRICO: Marcus Chaer apresenta o Balanço Patrimonial da Santa Casa, com números consolidados do ano de 2021, durante coletiva à imprensa na manhã da última sexta-feira (11)
Veja os valores negativos e positivos dos balanços anuais da Santa Casa entre os anos de 2009 e 2021