Pedinte pede ajuda para comer em São Paulo - Foto: Lucas Alcaz Ruiz/Folhapress
Da Redação
O jornal Folha de S.Paulo, em matéria publicada nesta quarta-feira (15), traz dados da FGV Social com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE.
O índices são calamitosos. A proporção de pobres em bases anuais subiu 42,1% entre 2020 e 2021, correspondendo a 7,2 milhões de novos pobres em relação a 2020 e 3,6 milhões em relação ao período pré-pandemia.
O total de brasileiros abaixo da linha básica de pobreza no país atingiu recorde no fim de 2021, com 23 milhões de pessoas – número praticamente igual ao da população da Austrália -, vivendo com menos de R$ 210 ao mês (R$ 7 ao dia). Isso equivale a 10,8% dos brasileiros.
Embora baixo para suprir as necessidades básicas, o valor é usado como critério de elegibilidade a algum benefício pelo Auxílio Brasil, comprovando que milhões de brasileiros que teriam direito a entrar no programa seguem excluídos.
Além do recorde no total de pessoas vivendo com menos de R$ 210 ao mês, ou R$ 7 ao dia, os mais pobres foram submetidos a volatilidade extrema nos seus rendimentos. Eles variaram muito nos últimos dois anos, com a adoção do Auxílio Emergencial na pandemia, o fim do Bolsa Família e a indefinição até a criação do atual Auxílio Brasil.
"Além da elevada desigualdade social e do baixo crescimento econômico dos últimos anos, os mais pobres têm sofrido muito com a 'montanha-russa' no valor de seus rendimentos, o que é muito ruim para o planejamento e bem-estar da população", afirma o economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social.
Fonte: Jornal Folha de S.Paulo.