MINUTINHO
Obstáculos
Por: André Luiz / Chico Xavier
Diante dos obstáculos, fazer o melhor e seguir para a frente.
Sempre desapontamos alguém e sempre alguém nos desaponta.
Assim como nem todos podem habitar o mesmo sítio, nem todos conseguem partilhar as mesmas idéias.
Nunca explodir, gritar, irar-se ou desanimar e sim trabalhar.
Depois de um problema, aguardar outros.
O erro ensina o caminho do acerto e o fracasso mostra o caminho da segurança.
Toda realização é feita pouco a pouco.
Nos dias de catástrofe, nada de cólera ou de acusação contra alguém, e sim a obrigação clara de repormos o comboio do serviço nos trilhos adequados e seguir adiante.
Quem procura o bem, decerto que há de sofrer as arremetidas do mal.
Plantar o bem, através de tudo e de todos, por todos os meios lícitos ao nosso alcance, compreendendo que, se em matéria de colheita Deus pede tempo ao homem, o homem deve entregar o tempo a Deus.
CRÔNICA
Decisão acertada
Por: Laura Yorke / Seleções Reader´s Digest
É comum se ouvir falar a respeito do altruísmo do amor materno e do que é capaz, quando se trata de preservar a vida ou a felicidade dos filhos.
O caso de Michelle é um desses. Ela, o marido e o filho de seis anos haviam acabado de se mudar para a casa dos seus sonhos.
Estilo colonial, cinco quartos, terreno espaçoso.
O menino começara a frequentar o jardim de infância e a ocasião era ideal para ter um segundo filho.
Nos seus seis anos, James acreditava que Deus ouvira suas preces e um irmão ou irmã estava a caminho.
Tudo era esperança e alegria, até o médico suspeitar da existência de um tumor na mama direita de Michelle.
Ela só conseguia pensar: Eu vou morrer. Eu quero ficar com o meu filho. Eu não vou contar aos meus pais que tenho câncer.
O diagnóstico veio após três biópsias e uma ultrassonografia.
O tumor tinha menos de um centímetro e era receptor de estrogênio positivo.
O que deveria ser uma vantagem, no caso de Michelle, grávida, significava que ele se alimentaria da maior quantidade possível de estrogênio em sua corrente sanguínea.
Quer dizer: ele cresceria com acelerada rapidez.
A especialista a quem foi encaminhada aconselhou que ela interrompesse a gravidez.
Isso lhe permitiria extirpar o tumor e se submeter à quimioterapia. Ela poderia voltar a engravidar em cinco anos.
Por que tirar o meu bebê? - Pensava Michelle.
Por que devo eliminar meu filho para eu viver?
Por que não posso optar por uma mastectomia e ficar com meu bebê?
Finalmente, para desespero de seu marido e de sua irmã, que acompanhava o caso, Michelle optou por se submeter a uma mastectomia.
Ela poderia amamentar seu filho, porque não faria radiação nem quimioterapia.
E encontrou um aliado em sua luta pela vida. Seu obstetra estava disposto a apoiá-la.
Essa decisão significava que não teria que eliminar a vida que pulsava em seu ventre.
E como pulsava.
Quando despertou, após realizada a cirurgia para a retirada total da mama direita, seu marido chorava ao seu lado.
Imagem: Ilustração
O obstetra entrou e colocou o monitor fetal para escutar as batidas cardíacas do bebê.
Estaria tudo bem com ele? A expectativa era enorme. O silêncio ainda maior.
Então, o monitor disparou e o som das batidas daquele coraçãozinho parecia gritar: Obrigado. Obrigado.
Michael nasceu perfeito e saudável.
Três anos depois, até a dolorosa e demorada reconstituição da mama foi superada pela alegria dos filhos e do marido.
Michael é um apaixonado pelo irmão. Abraça-o muitas vezes e diz: James, meu irmão!
Quando Michelle contempla essa cena, sua voz falseia.
Ela recorda que poderia ter perdido tudo isso.
E agradece a Deus por ter feito a correta opção. Por ter atendido ao amor e preservado, embora com grande sacrifício, a sua e a vida de seu filho.
Quando ora a Deus, diz, de forma particular:
Obrigada, meu Deus, por eu ter escutado a voz da vida. Obrigada pela minha vida, pela vida de Michael.