MINUTINHO
Mágoa
Por: André Luiz / Chico Xavier
Se a mágoa lhe bate à porta, entorpecendo-lhe a cabeça ou paralisando-lhe os braços, fuja dessa intoxicação mental enquanto pode.
Se você está doente, atenda ao corpo enfermiço, na convicção de que não é com lágrimas que você recupera um relógio defeituoso.
Se você errou, busque reconsiderar a própria falta, reajustando o caminho sem vaidade, reconhecendo que você não é o primeiro e nem será o último a encontrar-se numa conta desajustada que roga corrigenda.
Se você caiu em tentação, levante e prossiga adiante, na tarefa que a vida lhe assinalou, na certeza de que ninguém resgata uma dívida ao preço de queixa inútil.
Se amigos desertaram, pense na árvore que, por vezes, necessita da poda, a fim de renovar a própria existência.
Se você possui na família um ninho de aflições, é forçoso anotar que o benefício da educação pede a base da escola.
Imagem: Ilustração
Se você sofreu prejuízos materiais, recorde que, em muitas ocasiões, a perda do anel é a defesa do braço.
Se alguém lhe ofendeu a dignidade, olvide ressentimentos, ponderando que a criatura de bom senso jamais enfeitaria a própria apresentação com uma lata de lixo.
Se a impaciência lhe marca os gestos habituais, acalme-se, observando que os pequeninos desequilíbrios integram, por fim, as grandes perturbações.
Seja qual seja o seu problema, lembre-se de que toda mágoa é sombra destrutiva e de que sombra alguma consegue permanecer no coração que se acolhe ao trabalho, procurando servir.
CRÔNICA
As caixinhas de Deus
Por: Autoria desconhecida
“Deus me deu duas caixas e disse:
-Coloque todas as suas tristezas na preta e todas as suas alegrias na dourada.
Guardei, nas duas caixas, tanto minhas alegrias quanto minhas tristezas.
Mas, embora a dourada ficasse cada dia mais pesada, a preta continuava tão leve quanto antes.
Curioso, abri a preta.
Eu queria descobrir o porquê, e vi na base da caixa um buraco pelo qual minhas tristezas saiam.
Mostrei o buraco a Deus:
“Gostaria de saber onde minhas tristezas podem estar...“
Ele sorriu gentilmente para mim e disse:
-Meu filho, elas estão aqui comigo!
Perguntei:
-Deus, por que deu-me as caixas? Por que a dourada inteira e a preta com o buraco?
-Meu filho, a dourada é para você contar suas bênçãos...
E a preta é para você deixar ir embora suas mágoas e tristezas.”