Foto Flávia Baxhix_2jornal

Da Redação

“O Sapo, a história não é sobre ele” é uma comédia musical que apresenta por meio de quadros de programas de televisão famosos da década de 90 a relação de amor entre Sapo e Cobra, ele um carismático cantor popular que tem origem simples, ela uma sonhadora dançarina que almeja virar princesa. Um conto de fadas com manchete sensacionalista em revista de fofoca.

No espetáculo, junto a sátiras de apresentadores famosos, utilizamos recortes do livro “A Sociedade do Espetáculo” de Guy Debord para criticar também o modo como a mídia se relaciona com o indivíduo, num jogo de poder que dá base para o consumo desenfreado e a perda da identidade por meio da espetacularização da vida.

Uma história que explora a representação feminina na sociedade estruturalmente machista na qual nos encontramos. Padrões de Beleza, objetificação do corpo feminino, reprodução clichês dos papéis femininos, são as críticas mais presentes no decorrer do espetáculo, por meio da ridicularização. Qualquer semelhança com acontecimentos reais em Programas de Televisão da Década de 90 não são nada ficcionais.

Cobra e Sapo, em cada momento no ar, apresentam uma faceta desta relação amorosa, que vai de um namoro até a separação de um casal com um filho. Percebemos neste casal a proximidade com a construção de muitas relações no nosso dia a dia.

Este espetáculo faz parte do “Projeto de Manutenção das Atividades Artísticas do Grupo Lugar de Ser Qualquer”, que foi contemplado no Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo – PROAC – EDITAL LPG 18/2023 Manutenção de Atividades Artísticas. O grupo de teatro é da cidade de Araçatuba e tem 12 anos de existência. Esta peça já foi apresentada em algumas cidades como Araçatuba e São José do Rio Preto. Em Jales a apresentação ocorrerá no dia 25 de Janeiro às 20 horas no Teatro Municipal, ela é gratuita e contará com Interpretação de Libras. 

Podemos então concluir que essa peça, tanto na relação íntima de Sapo e Cobra, como na relação midiática entre o indivíduo e a televisão, mostra a toxicidade das relações que aprisionam as pessoas em sonhos inalcançáveis.

Ficha-Técnica

Tema: Denúncia da Violência Estrutural contra a Mulher, Análise em Relação à Alienação por meio das Mídias e Crítica a Estrutura Capitalista.

Conteúdo: Músicas Autorais, Sátiras de Programas e Apresentadores da Televisão da Década de 90, Trechos do Livro “A Sociedade do Espetáculo” de Guy Debord.

Direção Teatral: Ademir de Almeida.

Dramaturgia e Composições: Bárbara Teodósio.

Direção Musical e Criação da Trilha Sonora: Renan Augusto Castro Dias.

Cenografia, Figurino e Visagismo: Bruno Herrera e Evandro Claudio.

Iluminação: Evandro Claudio e Cal Rodrigues.

Fotografia: Flávia Baxhix.

Elenco: Bárbara Teodósio, Cássio Martins, Evandro Claudio, Rodrigo Santiago, Renata Carvalho, Vitor Félix, Renan Augusto Castro Dias, Tainara Borborena e Nathalia Kethelen Rocha.