Crônica: O médico e as duas vidas - Matar uma criança é um crime!

Crônica: O médico e as duas vidas - Matar uma criança é um crime!

Leia também: Aos que partiram Por: Camilo / Raul Teixeira

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Publicada há 3 dias

MINUTINHO

Aos que partiram

Por: Camilo / Raul Teixeira

É possível que nenhum sofrimento na Terra seja comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração enregelado e querido, que o ataúde transporta para o grande silêncio.

Ver a névoa da morte estampar-se, inevitável, na fisionomia daqueles que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo.

Digam aqueles que já apertaram contra o peito o corpo inerte de um ser amado, consumidos pela dor e pela angústia da separação.

Falem aqueles que, varados de saudade, inclinaram-se, esmagados de solidão, à frente de um túmulo, perguntando em vão pela presença dos que partiram.

Todavia, quando semelhante provação te bater à porta, reprime o desespero e dilui a corrente de mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto amargo e revoltado lhes fustigam a alma.

Também eles pensam e lutam, sentem e choram.

Atravessaram a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram...

Ouvem-lhes as lamúrias e as súplicas e sofrem cada vez que os afetos deste plano da vida se rendem à inconformação ou ao desânimo.

Lamentam-se pelos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito.

Estimulam-te à prática do bem, compartilhando contigo as dores e as alegrias.

Rejubilam-se com tuas vitórias e consolam-te nas horas amargas para que não te percas no frio do desencanto.

Tranquiliza, desse modo, aqueles que te antecederam no regresso à pátria espiritual, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram.

Recorda que, em futuro mais próximo que imaginas, respirarás entre eles, dividindo outra vez necessidades e problemas, porque terminarás tu também a própria viagem no mar das provas redentoras.

Para e pensa, pois, nessas questões.

Não obstante a morte imponha amargura e dor, frustração e lágrimas naqueles que ficam, vale a pena permaneças vigilante, a fim de evitar excessos que te impeçam de pensar com clareza.

A morte não é o fim absoluto da querida convivência dos que se prezam, dos que se amam.

Cultiva, então, o bom senso.

Sofre e chora, sem que o teu sofrimento perturbe os outros, sem que tuas lágrimas tragam desequilíbrio para tua intimidade.

Retira o bom aproveitamento do padecer, amadurecendo, superando-te, para que as tuas provações ou expiações humanas, de fato, façam-te avançar para Deus.

CRÔNICA

O médico e as duas vidas

Por: Autoria desconhecida

Certo dia, numa tarde de verão, uma mulher chegou, apavorada e apressada, ao consultório de seu médico ginecologista, com seu bebê ao colo, e foi logo dizendo:

- Doutor, o senhor vai ter que me ajudar num problema muito sério. Este meu bebe ainda não completou sequer um aninho e já estou grávida novamente. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo.

E então o medico perguntou:

- Muito bem. E o que a senhora quer que eu faça?

A mulher respondeu:

- Quero que o senhor interrompa essa gravidez imediatamente.

O médico pensou um pouco, fitou a paciente e seu bebê, e depois de longo silencio, virou-se disse para a mulher:

- Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema, e com uma grande vantagem: - é muito menos perigoso para a senhora.

A mulher sorriu acreditando que o médico aceitaria o seu pedido. Porém teve, logo, que ouvir suas explanações:

- Veja bem, minha senhora. Para não ter que ficar com os dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo e atender ao seu pedido, vamos fazer uma coisa diferente. Vamos matar este que está em seus braços, assim a senhora poderá até descansar para ter o outro, terá um período de merecido repouso até este que este no seu útero nascer. Já que vamos matar mesmo, não há diferença entre um e outro. Até porque sacrificar esse que a senhora tem nos braços é muito mais fácil, pois a senhora não correrá nenhum risco... 

A mulher apavorou-se, saltou da cadeira e disse:

- Não doutor, que horror! Matar uma criança é um crime!

- Também acho minha senhora, - respondeu o médico - mas me pareceu tão convencida disso, que por um momento até pensei assumir o risco e ajudá-la a concretizar tal crime tão pesado.

Logo após, médico sorriu e viu que depois de algumas considerações, sua iluminada lição surtira efeito. Convenceu a mãe, que não há a menor diferença entre matar uma criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno.

O texto é de livre manifestação do signatário que apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados e não reflete, necessariamente, a opinião do 'O Extra.net'.

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