Breno Guarnieri 

A perda de um filho é um dano irreparável para a alma dos pais. Não importa a forma como a fatalidade ocorreu, seja por violência ou por uma doença terrível e sem cura, a dor é avassaladora.

Muitos pais que passaram por essa trágica experiência tiveram a iniciativa de participar do grupo de apoio denominado “Filhos no Céu”, em memória dos filhos falecidos. Assim aconteceu com a escrivã de Polícia aposentada, Mara Rossanese Marques, de 46 anos, que perdeu a sua filha Heloisa Rossanese Marques, vítima de um AVC hemorrágico, em razão de ruptura de aneurisma cerebral, no dia 15 de abril de 2016. Na época Heloisa tinha 22 anos.

Buscando um amparo para superar a perda da filha, Mara começou a frequentar um grupo de apoio, em Rio Preto, também denominado “Filhos no Céu”. “É um grupo diferenciado, no qual pais e mães se encontram com outras pessoas em busca de um amparo em razão da perda de seus filhos. A minha intenção foi trazer a ideia do grupo para Fernandópolis, pois quando a Heloisa morreu, eu fiquei me sentido perdida. O padre Rodolfo Cabrini foi o idealizador da iniciativa, que, atualmente, recebe, em média, 20 pessoas por encontro”, destaca Mara, coordenadora do grupo.

Para a coordenadora, as pessoas têm medo da morte que, instintivamente, fogem do assunto e evitam falar sobre isso. “A parte espiritual é muito importante. Se choramos muito, somos fracas. Se retomamos nossa vida, ou ao menos tentamos sair para jantar ou a um cinema, não amávamos nossos filhos. Na realidade ninguém sabe muito bem como agir com a situação. A intenção do grupo é a troca de experiências”, salienta.

Ainda de acordo com Mara, no grupo “Filhos no Céu”, criado em 29 de maio de 2017, é desenvolvido um trabalho psicoespiritual com o acompanhamento da psicóloga Dirce Della Rovere e do padre Rodolfo, da Paróquia Santo Expedito. Os encontros são realizados durante as últimas segundas-feiras de cada mês, às 20h, na Comunidade Santa Teresinha, situada na Avenida Pedro Ferrari, nº 1721, no Jardim Por do Sol, zona sul de Fernandópolis.  

A coordenadora garante que o grupo também recebe outros pais que não perderam seus filhos, mas possuem curiosidade a respeito dos encontros. "Muitos pais ficam curiosos em relação ao luto. Querem saber como o tema é debatido no grupo. Todos são bem-vindos aos encontros para conhecer e também para expor os sentimentos. A vontade de cada um prevalece no grupo “Filhos no Céu”, finaliza.

Encontros são realizados durante as últimas segundas-feiras de cada mês, às 20h, na Comunidade Santa Teresinha