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Jovem da região morre eletrocutado em poste durante Carnaval em SP

Jovem da região morre eletrocutado em poste durante Carnaval em SP

Dream Factory venceu concorrência para gerir patrocínio da folia da Capital Paulista

Dream Factory venceu concorrência para gerir patrocínio da folia da Capital Paulista

Publicada há 6 anos

Da Redação 


Ainda com o abada que sempre usava em festas de Carnaval, o estudante de engenharia Lucas Antônio Lacerda da Silva, 22, natural de Cardoso, caiu desmaiado após encostar em um poste de sinalização de pedestres na esquina das ruas da Consolação e Matias Aires, na região central de São Paulo. A tragédia ocorreu durante a passagem do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta no final da tarde deste domingo, 04.


Ao lado de um amigo, Lucas estava a procura de um banheiro, quando se apoiou no equipamento e sofreu uma descarga elétrica. Conforme caiu na calçada, ele encostou o pescoço no equipamento e teve uma parada cardíaca. O estudante Heitor Henrique Ciciliano, 21, junto com ele no momento do acidente, lembra que estava atrás das grades de ferro (instaladas pela CET nessa esquina para dar vazão aos foliões), quando percebeu que o amigo havia caído. Heitor conta que a ambulância demorou mais de meia hora para chegar ao local e que, durante esse período, uma médica que estava no bloco tentou reanimá-lo com massagens cardíacas.


"Pedi ajuda em uma base da GCM que estava perto, mas os policiais (guardas) disseram que não tinham treinamento de primeiros socorros e não podiam mexer nele", disse o estudante. Lucas foi socorrido e levado para a Santa Casa, hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.


CÂMERAS 

No poste em que Lucas foi eletrocutado haviam sido instaladas na última sexta-feira, 02, duas câmeras de segurança da empresa GWA System, para monitorar a passagem do blocos. A empresa foi contratada pela Dream Factory, que venceu a concorrência da gestão João Doria (PSDB) para gerir o patrocínio de R$ 20 milhões do Carnaval de rua da cidade de São Paulo. A empresa Dream Factory confirmou que as câmeras pertencem à GWA Systems, contratada por ela para monitorar o Carnaval de rua. A Dream Factory disse ainda que somente uma perícia irá confirmar a causa da morte do estudante. A empresa lamenta o ocorrido e afirma estar à disposição da Polícia para colaborar com as investigações.


O dono da empresa GWA System, Arthur Jose Malvar de Azevedo, informou que comunicou verbalmente a CET sobre a instalação das câmeras. Questionada sobre essa alegada autorização, a CET afirmou que não foi comunicada e nem autorizou a instalação do equipamento no poste. A companhia de trânsito da Prefeitura de São Paulo disse que está colaborando com a investigação da Polícia Civil e que aguarda a conclusão da perícia sobre as causas do acidente. Funcionários do restaurante Sujinho, que fica em frente ao local do acidente, relataram que o poste de iluminação, onde foram instalados os fios para ligar às câmeras, estava dando choque em quem passava pela calçada. Um fio encapado liga as câmeras a um poste de energia que fica a poucos metros do poste de sinalização. A Ilume, departamento de iluminação pública da prefeitura, foi procurada para informar se autorizou a empresa a ligar os fios no poste para ligar as câmeras, mas ainda não respondeu.


Natural de Cardoso, onde será enterrado hoje, dia 06, o estudava vivia desde 2015 na capital para cursar a faculdade de Engenharia Biomédica na Universidade Federal do ABC. "Ele morava em uma república com mais cinco amigos em Santo André, no ABC, e adorava o Carnaval de rua. Sempre pulávamos juntos. Não tinha uma pessoa que não gostava do Lucas", diz o amigo Heitor.


(*Com informações da Folha de São Paulo)


Lucas, 22 anos, morto eletrocutado ao encostar em poste na região central de São Paulo 





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