DA ELETROPAULO

Semeghini, secretário de governo de Dória, é acusado de receber propina

Semeghini, secretário de governo de Dória, é acusado de receber propina

Publicada há 6 anos

Mais uma denúncia de corrupção abalou o governo municipal paulistano de João Dória-PSDB, candidato à sucessão de Geraldo Alckmin no Estado. Desta vez com efeitos diretos no ex-deputado federal Júlio Semeghini-PSDB, atual secretário de governo de São Paulo.


Semeghini acabou sendo envolvido na acusação que derrubou a diretora do Departamento de Iluminação da Prefeitura de São Paulo (Ilume), Denise Abreu, exonerada nesta quarta-feira (21) após o vazamento de uma gravação indicar possível recebimento de propina do consórcio FM Rodrigues, vencedor da licitação da PPP (Parceria Público-Privada) da Iluminação Pública. Esse é o consórcio que já faz a manutenção da iluminação da cidade através de um contrato emergencial com a Prefeitura.


Denise Abreu foi flagrada em conversa com sua secretaria em seu gabinete em dezembro do ano passado. Na conversa, Denise diz que irá realizar o último pagamento à secretaria no valor de R$ 3 mil referente ao mês de novembro. Segundo ela, o dinheiro foi repassado pela FM Rodrigues que deixaria de pagar o valor porque teria os contratos encerrados com a Prefeitura. A “mesada” da empresa seria paga em troca de favorecimento.


Abreu, exonerada, acusa Semeghini, juntamente com o secretário de Serviços e Obras Marcos Penido de receberem propinas da Eletropaulo, empresa que perdeu a concorrência. “Tudo mundo sabe que eles levam uma 'bola' da Eletropaulo," afirmou a ex-diretora.


Em outra gravação interceptada, Ana Claudia Kim, assessora jurídica do Ilume, diz que o novo contrato da iluminação pública geraria propina de R$ 700 milhões.

Denise Abreu era diretora jurídica da Agência Nacional da Avião Civil (Anac) na época do acidente da TAM que deixou 199 mortos em 2007. Ela chegou a ser denunciada pelo Ministério Público na ocasião por responsabilidade no acidente, mas depois foi absolvida pela Justiça Federal.


A licitação

A concorrência é uma PPP (Parceria Público-Privada) que valerá para os próximos 20 anos. É um contrato de R$ 6,9 bilhões para a modernização e melhorias na manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública de São Paulo.

O projeto prevê a instalação de 618 mil lâmpadas de LED na cidade. A FM ganhou a licitação com proposta de R$ 30.158.492 mensais por 20 anos, R$ 7 milhões a mais por mês do que o proposto pelo consórcio perdedor.


Outras acusações

Outras acusações de corrupção envolvem o prefeito João Dória. Numa delas o fernandopolense também está implicado. Junto com Bruno Covas (Casa Civil e vice-prefeito de São Paulo) e André Sturm (secretário de Cultura), é acusado de ato de improbidade ao supostamente direcionar uma licitação do carnaval de rua deste ano, em São Paulo, à empresa Dream Factory. Na ação, o promotor de Defesa do Patrimônio Público Nelson Sampaio explica que desde junho investigase a administração municipal havia interferido na concorrência para escolha do patrocinador oficial do carnaval de rua em favor da empresa Dream Factory, que tem sede no Rio. Ele pede, dentre outras condenações, a perda do cargo público e a suspensão dos direitos políticos de Semeghini.


Já o prefeito João Dória acumula outras denúncias. Dentre elas estão a de improbidade administrativa por uso irregular da marca “SP Cidade Limpa”, na pasta do Verde, e várias outras que ainda estão em análise no Ministério Público Estadual, afora as grandes polêmicas: a operação na Cracolândia e a recente tentativa de Reforma na Previdência dos servidores municipais.


Outro Lado

Até à tarde da última quinta-feira, 29, Júlio Semeghini não se manifestou oficialmente sobre a acusação. Já a Assessoria de Imprensa de Dória afirma que tomou todas as providências pertinentes, inclusive com o afastamento de Denise Abreu e abriu procedimentos apuratório dentro da Prefeitura para avaliar a conduta da ex-secretária.


Dória, Semeghini e Denise no ato da assinatura da PPP 





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