ECONOMIA

Preço do feijão dispara em média 20% no mercado

Preço do feijão dispara em média 20% no mercado

O motivo do aumento foi a diminuição da área plantada para a safra de início de ano

O motivo do aumento foi a diminuição da área plantada para a safra de início de ano

Publicada há 5 anos

O preço do feijão disparou nesse início de ano nos supermercados. O quilo do alimento ficou cerca de 20% mais caro nas prateleiras em relação ao fim do ano passado, segundo os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getúlio Vargas. O motivo do aumento foi a diminuição da área plantada para a safra de início de ano e uma estiagem entre o fim do ano passado e janeiro que comprometeu o desenvolvimento do grão.


— O preço do feijão caiu muito nos últimos dois anos, o que levou os produtores a reduzirem em 10% a área plantada para produzirem outros grãos mais rentáveis, como milho e soja. E para piorar, houve uma estiagem nos principais estados produtores no fim do ano passado, bem no momento em que os grãos estavam se desenvolvendo. Como resultado, a oferta de feijão caiu 20%, e os preços subiram em todo o país —afirma Felipe Novaes, da consultoria Tendências.

O impacto foi maior no feijão de tipo carioca que acumulou 36% de alta em 2019, seguido pelo mulatinho, que ficou 30% mais caro, segundo os dados do IPC com a prévia dos dados de fevereiro. Já o feijão preto foi o menos afetado, subindo 7% no período.


—O feijão carioca só é produzido e consumido no Brasil. Quando há falta de oferta, como agora, não tem o que fazer. Já o feijão preto é possível importar alguma coisa da Argentina, como está acontecendo agora — explica Marcelo Eduardo Lutes, presidente do IBRAFE,Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses.

Mas os preços que estão chegando ao consumidor ainda não representam os do mercado de feijão. Segundo os dados da FGV, houve um aumento de 75% no preço de venda do produtor, mas os supermercados estão segurando a alta.


—O varejo não está repassando totalmente a alta para segurar as vendas, o que mostra que se não houver sinais de redução nos preços eles podem manter o preço alto para o consumidor por mais tempo— afirma, André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE.

A expectativa é que os preços voltem a normalidade quando vier a segunda safra do grão, que acontece entre abril e maio, e aumente a oferta e equilibre o mercado novamente. Enquanto isso, o consumidor que não quiser arcar com os custos deve pensar em opções similares.


— A primeira ideia seria consumir menos o feijão carioca, que é o mais popular, mas que ficou mais caro. A outra é optar por marcas mais baratas — diz Marco Quintarelli, consultor de Varejo.


*EXTRA

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