Da Redação
Os preços medidos pelo índice oficial de inflação do País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aceleraram em março e avançaram 0,75%, ante um aumento de 0,43% no mês de fevereiro, divulgou nesta quarta-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor é o maior para o mês desde 2015, quando a alta nos preços foi de 1,32%.
Com o resultado, o acumulado da inflação em 2019 chegou a 1,51% e a 4,58% nos últimos 12 meses. A elevação foi puxada principalmente pela alta nos preços dos alimentos, que avançaram 1,37% e dos transportes, alta de 1,44%. Juntos, os grupos responderam por 80% do índice mensal. Esses são os dois grupos que pesam mais no IPCA, somam 43% das despesas das famílias.
Dentro do grupo dos alimentos, destacam-se os avanços nos preços do tomate (31,84%), da batata-inglesa (21,11%), do feijão-carioca (12,93%) e das frutas (4,26%).
Segundo o gerente de pesquisa Fernando Gonçalves, problemas na safra e nos baixos estoques pressionaram os preços . "São produtos importantes na mesa do brasileiro e que têm grande peso no índice de inflação", ressalta.
Já a alta no grupo dos transportes deve-se ao aumento nos preços dos combustíveis, já que, no período entre 27 de fevereiro e 29 de março, a Petrobrás, que após a alteração na política de preços acompanha o preço do petróleo no mercado internacional, promoveu um reajuste de 10,82% no combustível vendido às refinarias.
Com isso, houve aumento na gasolina (2,88%) e no etanol (7,02%). Outras contribuições para a taxa positiva no grupo Transportes vieram do aumento nos preços nas passagens aéreas (7,29%) e ônibus urbanos (0,90%).
Outros grupos de despesa que registraram aumento da taxa de fevereiro para março foram artigos de residência (de 0,2% para 0,27%) e vestuário (de -0,33% para 0,45%).
Quatro grupos de despesa registraram inflação em março, mas com taxas mais moderadas do que no mês anterior: habitação (que caiu de 0,38% para 0,25%), saúde e cuidados pessoais (que caiu de 0,49% para 0,42%), despesas pessoais (que caiu de 0,18% para 0,16%) e educação (que caiu de 3,53% para 0,32%).
Comunicação foi o único grupo de despesas que registrou deflação (queda de preços) em março (-0,22%). Em fevereiro, havia registrado estabilidade de preços.