Por diversas ocasiões, este diário noticiou grandes apreensões de produtos contrabandeados, oriundos do Paraguai, na região. Desde peças de roupas a óculos e pacotes de cigarros.
Como é de conhecimento de todos, as estradas regionais são muito frequentadas por pessoas que vão ao país vizinho para comprar produtos baratos e revendê-los em outras localidades. Infelizmente, são peças sem procedência, garantia, nota fiscal, enfim, que muitas vezes se encaixam perfeitamente no ditado popular: “é o barato que sai caro”.
O caso reflete na economia de todo o país, visto que este tipo de produto concorre deslealmente com as produções nacionais desenvolvidas e vendidas dentro da legalidade, com seus inúmeros impostos e taxas. Obviamente tais produtos custam mais caro, no entanto, pertencem a uma cadeia produtiva que gera empregos e fomenta a economia nacional. Contudo, como é típico de muitos brasileiros, é mais fácil criticar e reclamar da corrupção dos políticos do que fazer a sua parte.
Muitos sequer param para pensar sobre a procedência dos produtos que consomem. Só pensam em pagar mais barato e se autobeneficiar. Não querem nem saber se aquele brinquedo e aquela roupa foram produzidos por meio da exploração de mão de obra, se foram feitos com materiais tóxicos, se passaram por algum tipo de fiscalização prévia, enfim. Nada disso importa. Este consumismo exacerbado a que somos constantemente bombardeados reflete em coisas cada vez mais descartáveis, que poluem e acabam com os recursos naturais do planeta, já tão escassos.
Os itens apreendidos na região são apenas uma parte das milhões de unidades que passam pela fronteira e abarrotam o comércio brasileiro. Isto mostra o potencial que este tipo de negócio tem no país, prejudicando os empresários, lojistas e comerciantes, que vivem na legalidade, “matando um leão por dia” para sobreviver.
O mais triste é se dar conta que tantos produtos contrabandeados somente vêm para este lado da fronteira porque existe demanda para isso. Passou da hora das pessoas se conscientizarem sobre o consumo sustentável.