SANTA CASA

Juiz destaca gestão predatória e afirma que falso testemunho pode incriminar depoentes

Juiz destaca gestão predatória e afirma que falso testemunho pode incriminar depoentes

Dr. Vinicius Castrequini Bufulin cita, em ação judicial, que muitas das pessoas inquiridas (indagadas em depoimentos) aparentemente “calam a verdade”

Dr. Vinicius Castrequini Bufulin cita, em ação judicial, que muitas das pessoas inquiridas (indagadas em depoimentos) aparentemente “calam a verdade”

Publicada há 4 anos

Da Redação 

O inquérito policial, presidido pelo delegado Dr. Airton Canato, desencadeou a operação Assepsia, que objetiva esclarecer o aumento da dívida da Santa Casa de Fernandópolis, que aumentou de R$ 2.168.565,81 no ano de 1999 para o total de R$ 52 milhões em 2019.

A operação foi realizada no último dia 16, e apura irregularidades na administração da Santa Casa, apontando fortes indícios de que membros da OSS de Andradina estejam administrando de forma criminosa a primeira entidade, contando com a condescendência do Conselho Administrativo e da diretoria anterior, o que vem também favorecendo o IACOr e a Unimed.

Na denúncia feita à Justiça, o delegado responsável pelo caso coloca em dúvida a veracidade de fatos com base nas testemunhas ouvidas no inquérito policial a partir de denúncia feita pelo vereador Murilo Jacob. 

“Sem meias palavras, é necessário investigar esse endividamento com muita preocupação e atenção”, diz trecho de inquérito policial, que também cita: “repisando, não há dúvida de que a administração da Santa Casa de Fernandópolis é feita pela OSS Santa Casa de Andradina. Negar tal fato tem motivos, principalmente, financeiros. A OSS Santa Casa de Andradina não quer assumir responsabilidade perante terceiros”.

Ação judicial 

Na ação judicial, que autorizou a apreensão de documentos nas instituições IACOr, Unimed e Santa Casa de Fernandópolis, o juiz Vinicius Castrequini Bufulin destaca que “os documentos que inicialmente instruíram o inquérito policial apontavam para a investigação porque não crê em outro motivo para uma entidade ser fiscalizada pela Câmara Municipal e se recusar a fornecer informações justamente sobre a desconfiança declarada de que apuram eventual malversação de verbas. No curso da investigação foram apurados fatos indicativos desses desvios, como a simulação de que a gestão atual da Santa Casa não é comandada pelos membros da OSS Santa Casa de Andradina”. 

Gestão predatória

Ainda de acordo com a ação judicial, “indício de ‘gestão predatória’ está a questão apresentada pela Autoridade Policial sobre a dívida existente entre o IACOr e a Santa Casa, no montante de R$ 866.886,33. Mais um indício de ‘gestão predatória’, em auxílio a amigos ou padrinhos, é a autorização de que pagamentos devidos pela Unimed, em razão do uso de serviço do IACOr, sejam feitos diretamente a esta entidade, em desrespeito ao contrato firmado entre Santa Casa e IACOr, que exige a entrada da receita nos cofres do hospital se o serviço é promovido a partir deste. O mais suspeito disso tudo, como bem ressaltado pela Autoridade Policial, é o fato da Unimed ser uma das sócias do IACOr”.    

Bufulin cita ainda que “muitas das pessoas inquiridas podem responder pelo crime de falso testemunho, por aparentemente “calar a verdade”, ou seja, deixa de prestarem todos os esclarecimentos necessários, sem omitir questões relevantes sobre a ingerência permanente da OSS de Andradina sobre os negócios da Santa Casa de Fernandópolis”.

Juiz Vinicius Castrequini Bufulin, de Fernandópolis - Foto: Reprodução

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