PESANDO NO BOLS

Aumento do preço do feijão muda hábitos dos consumidores

Aumento do preço do feijão muda hábitos dos consumidores

Nos supermercados de Fernandópolis há uma grande variedade nos preços e marcas

Nos supermercados de Fernandópolis há uma grande variedade nos preços e marcas

Publicada há 8 anos


Valor do feijão aumentou 33% em média desde o início do ano em todo o país 



A combinação culinária mais popular do Brasil, o arroz com feijão pode estar com os dias contados em muitas mesas.  Atualmente, os moradores de Fernandópolis, assim como a maioria dos brasileiros, sentem no bolso a alta do feijão. De acordo com o Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), o valor disparou e aumentou 33% em média desde o início do ano em todo o país.


 Uma saca do grão está custando em torno de quinhentos reais, e pela primeira vez na história está mais caro do que uma saca de café.


Em algumas regiões, o quilo do feijão chega a R$ 20 no varejo. As causas da elevação do preço são variadas, entre elas estão a diminuição do preço mínimo pelo governo federal, que fez com que o grande produtor optasse pela soja e pelo milho e perdas na safra por causa da chuva. Tudo isso deixou a situação dos consumidores finais complicada.


O aumento do preço do feijão assustou os consumidores que já estão com o bolso “enxuto” devido à crise econômica e se virando para conseguir driblar mais esse desafio. Aposentada e frequentadora assídua dos supermercados da cidade, Aparecida Assunção confessa que sempre procura os menores preços na hora de fazer suas compras. “Não da para sair comprando tudo em um lugar só, há muita variação de preços, então pego um pouco em cada lugar e economizo bastante com isso, porém com o feijão ta sendo difícil encontrar valores mais acessíveis, está caro em todo lugar, o jeito é reduzir o consumo, sem desperdício, e temos feito isso em casa”, comentou.


 A comerciante Ivone Rodrigues não tem como eliminar da lista de compras o feijão, pois é proprietária de Buffet e fornece marmitas diariamente. Ela comentou que tomou um susto com a alta do preço e tenta economizar como pode, pesquisando diariamente antes de efetivar as compras.


A nutricionista Brenda Luciana dá dicas para ajudar todas as pessoas insatisfeitas com os preços. Ela afirma que dá para trocar o feijão por outros grãos. “Soja, outros tipos de feijão. O comum é o carioquinha, mas tem outros tipos, como o preto, rajado, fradinho, etc. Em termos nutricionais, o grão de bico e a lentilha são iguais ao feijão e podem ser uma alternativa”, orienta.


PREÇOS


Nos supermercados de Fernandópolis há uma grande variedade nos preços e marcas. O feijão que mais aumentou é o carioca que está em torno de R$ 13,00 o pacote de 1kg, o valor está equivalente ao preço de um pacote de cinco quilos de arroz. O feijão bolinha, preferência de muitos, hoje não é mais tão procurado, pois com alta seu preço varia em torno de R$ 17,00 a R$ 20,00 o quilo, dependendo da marca. O feijão preto, utilizado em pratos como feijoadas, está custando em média R$ 6,00 o quilo, tendo sido uma das maiores opções dos consumidores nos dias atuais.


Temer anuncia importação de feijão para combater alta de preço


O presidente em exercício, Michel Temer, informou ontem (22), medidas de estímulo à importação do feijão, para reduzir o preço. O governo estuda a retirada de impostos e taxas cobrados dos produtos vindos de países como China e México. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, deu detalhes da medida, informando que não há tarifa para a importação de feijão dos países do Mercosul, mas que ela existe para outros países, como México e China, e estão sendo retiradas pelo governo.


A retirada do imposto de importação barateia o produto importado e facilita a chegada dele ao país. A expectativa é que, com mais oferta no mercado, o preço do feijão caia.  A importação para combater a falta de produtos agrícolas e forçar a queda de seus preços não é novidade. Ela foi adotada com o próprio feijão em 2013, por exemplo, quando houve quebra da safra no Brasil e, consequentemente, o custo disparou.


Outra medida que está sendo tomada, de acordo com Blairo Maggi, é negociar com grandes redes de supermercado para que busquem o produto onde há maior oferta. O encarecimento do produto tem sido um dos temas mais comentados nas redes sociais.

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