POLÊMICA

Prefeitura e Procuradoria do Município devem entrar em conflito por causa de salários

Prefeitura e Procuradoria do Município devem entrar em conflito por causa de salários

Na última Sessão da Câmara prefeito retirou projeto que poderia dobrar salário de procuradores

Na última Sessão da Câmara prefeito retirou projeto que poderia dobrar salário de procuradores

Publicada há 4 anos

O atual procurador-geral João Pimenta: TAC obriga a desocupar o cargo comissionado até o dia 31 de dezembro para que o seu lugar seja ocupado por um dos procuradores concursados


Por Gustavo Jesus

A pedido do prefeito André Pessuto (DEM) foi retirado da pauta da Sessão Ordinária de terça-feira, 12, da Câmara dos Vereadores de Fernandópolis, o Projeto de Lei Complementar 17/2019 que visava alterar a redação dos projetos de Lei Complementar nº 72/2018 e nº 139/2017. A nova propositura estabelecia mudanças no quadro da Procuradoria-Geral do Município e poderia elevar os salários dos procuradores em quase 100%.

O projeto, elaborado pelos próprios procuradores, atendia um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o poder Executivo e a Promotoria de Justiça do Fórum de Fernandópolis. No TAC a Prefeitura se comprometeu a extinguir o cargo de secretário de Assuntos Jurídicos, que provinha de indicação do prefeito, e mudar o regime de escolha do procurador-geral, passando o controle do órgão para procuradores concursados.

MUDANÇAS NA PROCURADORIA

Com as recomendações do Ministério Público Estadual (MPE), o prefeito deve indicar o procurador-geral dentre um dos nomes da lista tríplice que será votada pelo Conselho Superior de Procuradores. De acordo com o projeto, o indicado ao cargo terá mandato de dois anos, com possibilidade de reeleição.

REMUNERAÇÃO

Os pontos mais polêmicos do texto são os relativos à remuneração. No regime atual os procuradores recebem as gratificações previstas no artigo 79 do Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Município. O artigo prevê que os funcionários que ficam à disposição do município por 24 horas tenham até 50% de acréscimo ao seu salário-base.

O projeto enviado à Câmara incorporou esse valor ao salário-base dos procuradores, elevando os rendimentos dos atuais R$ 5.365,42 para cerca de R$ 8,2 mil.

A remuneração dos procuradores também pode aumentar devido à participação em comissões permanentes (entre 20% e 40% do salário-base), mais a sucumbência, valor ganho de acordo com os processos que a procuradoria atua.

Todas as gratificações podem elevar o salário do procurador para mais de R$ 10 mil mensais, sendo que o procurador-geral ganharia o teto salarial do município, aproximadamente R$ 16 mil.

CARGA HORÁRIA

Outro ponto de divergência entre procuradoria e poder Executivo é a carga horária de trabalho. Pela regulamentação atual os procuradores têm carga de 30 horas de trabalho semanais, o que lhes garante o direito de exercer a advocacia fora da Prefeitura.

A informação que vem do Paço Municipal é que será proposto o regime de 40 horas semanais, o que faz com que os procuradores tenham que trabalhar apenas para o município.

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