SANTA CASA

Crise com médicos e falta de apoio político: os motivos da saída da OS de Andradina

Crise com médicos e falta de apoio político: os motivos da saída da OS de Andradina

Médicos ameaçavam paralisar o atendimento caso Fernando Zanqui não deixasse a direção da Santa Casa

Médicos ameaçavam paralisar o atendimento caso Fernando Zanqui não deixasse a direção da Santa Casa

Publicada há 4 anos

Gustavo Jesus

A renúncia do provedor Fernando Zanqui e de toda a equipe da OS de Andradina, que administrava a  Santa Casa de Fernandópolis, ocorreu no momento mais crítico na relação entre diretoria e corpo médico. A iminente greve e a ameaça dos profissionais de não renovarem seus contratos caso Fernando continuasse no comando da Provedoria  foram a gota d'água para a decisão de entregar a direção do hospital.

A falta de apoio político na defesa das acusações que a instituição vem sofrendo também fez com que a diretoria achasse por bem entregar a direção do hospital.

JUSTIFICATIVA OFICIAL
Em nota enviada à imprensa na noite desta terça-feira, 26, logo após o Extra.net publicar em primeira mão a sua renúncia, Fernando disse que a Santa Casa era "vítima de denúncias públicas, que pela forma que foram apresentadas, mais se assemelhavam a ataques políticos e pouco acrescentaram em benefício à instituição, agravando ainda mais nossas dificuldades e fazendo-nos a tomar tal decisão, a fim de resguardar a instituição pela qual nos dedicamos". 

Ainda que as denúncias e a suposta perseguição política tenham pesado na decisão, outros dois fatores foram preponderantes para a renúncia.

ULTIMATO DOS MÉDICOS
O corpo clínico do hospital enviou ofício para a Diretoria Regional de Saúde (DRS) ameaçando paralisar os serviços da Santa Casa caso a atual diretoria não renunciasse até segunda-feira, 2 de dezembro. A pressão dos médicos estava relacionada diretamente ao atraso de pagamentos.

Os médicos encaravam o momento como o mais oportuno para pressionar a diretoria, já que o contrato de prestação de serviço das especialidades vence no dia 1º de dezembro e precisará ser renovado. O único setor que declarou que não pararia de atender foi a hemodiálise.

FALTA DE APOIO POLÍTICO
Outra motivação para que a OS entregasse a diretoria da Santa Casa está na falta de apoio de político. De acordo com fontes próximas a ex-Provedoria, a falta desse apoio foi um fator importante para a desistência. Com a avalanche de denúncias a Provedoria esperava que forças políticas do município ajudassem na blindagem da instituição e da diretoria.

DECISÃO TOMADA NO DOMINGO
 A decisão de entregar a direção do hospital foi tomada no domingo, 24, em reunião realizada em Andradina, entre os diretores da Santa Casa e outros membros da OS. Os motivos acima foram expostos e houve consenso que era o momento de largar a Provedoria.

AME E LUCY
Ainda não há nenhum posicionamento oficial sobre como ficará a situação das unidades do AME e do Lucy Montoro, que também são administrados pela OS de Andradina. Restando três anos para o término do contrato, a tendência é que a OS continue no comando das instituições.

Santa Casa passará por mudanças radicais nas próximas semanas

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