Economia

Desemprego cresce e trabalhador se arrisca a abrir o próprio negócio

Desemprego cresce e trabalhador se arrisca a abrir o próprio negócio

Reportagem ouviu algumas pessoas que optaram pela iniciativa; segundo Sebrae/SP, três a cada dez dispensados do antigo emprego investem no próprio negócio

Reportagem ouviu algumas pessoas que optaram pela iniciativa; segundo Sebrae/SP, três a cada dez dispensados do antigo emprego investem no próprio negócio

Publicada há 8 anos

Realidade para um número cada vez maior de brasileiros, o desemprego já atinge milhões de pessoas no país. A piora no mercado de trabalho pode ser traduzida numa estatística da Michael Page - especializada em recrutamento e seleção de profissionais. Atualmente, apenas 10% da demanda feita pelas empresas é para o preenchimento de novas vagas, enquanto 90% é destinada para substituição de trabalhadores. Antes da crise, a relação era de 40% e 60%, respectivamente.

Sem fonte de renda e com poucas perspectivas de voltar ao mercado de trabalho, cujas portas estão fechando, trabalhadores demitidos têm tomado o rumo do empreendedorismo. Segundo o Sebrae/SP, três a cada dez dispensados do antigo emprego investem no próprio negócio.

DETERIORAÇÃO

A deterioração do mercado de trabalho foi sentida pelo engenheiro ambiental Carlos Lacerda, de 28 anos, em setembro do ano passado, quando ele perdeu o emprego numa empresa de consultoria ambiental. “A companhia alegou falta de trabalho”, destaca. Sem conseguir um novo emprego, Lacerda decidiu abrir a própria consultoria ambiental, em Fernandópolis. “Os clientes são muito esporádicos. Ainda estou começando, mas estou satisfeito e otimista em relação à demanda de trabalho”, acrescenta.

A administradora Amanda Bueno, 23 anos, também busca uma recolocação. Ela trabalha na área de marketing e foi demitida em dezembro do ano passado. “A minha vaga e das outras pessoas demitidas foram substituídas por estagiários”, diz. Amanda, que mora com a mãe e o irmão, em Fernandópolis, e as contas da casa são divididas entre os três. “Estou com planos de abrir uma MEI e trabalhar por conta própria, ou seja, criar minhas próprias oportunidades”, salienta.

UNIVERSO DOS PATRÕES

Para entrar no universo dos patrões, entretanto, é preciso muito mais que dinheiro na conta bancária e uma boa ideia na cabeça. Antes de gastar todo o fruto da indenização e do FGTS na abertura da empresa é preciso fazer pesquisa, aprender sobre gestão e elaborar um plano de desenvolvimento do negócio, alertam consultores do Sebrae.

MEI

Modalidade que mais cresce no país, a figura do Microempreendedor Individual (MEI) é o atual motor do empreendedorismo. A pessoa pode contratar até um funcionário e ter faturamento anual de no máximo R$ 60 mil. Não precisa alugar um espaço e enfrenta menos burocracia. E o mais interessante é o direito a benefícios previdenciários. A formalização da atividade via MEI é o primeiro passo indicado, já que com ela, além da nova carreira, o empreendedor garante a Previdência a custo baixo. O MEI pode ser formalizado pelo www.portaldoempreendedor.gov.br.

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