NOVA SANTA CASA
Novo provedor confirma dívida de quase R$ 60 milhões e diz priorizar pagamento de médicos
Novo provedor confirma dívida de quase R$ 60 milhões e diz priorizar pagamento de médicos
Durante coletiva de imprensa médico confirmou a falta de insumos em tempos recentes
Durante coletiva de imprensa médico confirmou a falta de insumos em tempos recentes
Marcus Chaer, ao centro, será o novo provedor do hospital
Gustavo Jesus
A Santa Casa de Fernandópolis realizou na tarde desta terça-feira, 17, coletiva de imprensa para apresentar Marcus Chaer, novo provedor do hospital. Chaer falou sobre a atual situação do hospital e apresentou alguns pontos que serão trabalhados no primeiro momento.
Confira os principais trechos da coletiva:
A CHEGADA
"Eu vim na segunda-feira passada oferecer algumas ideias para ver se eles pudessem aproveitar. Fiz um projetinho com alguns planos e apresentei para o conselho administrativo e corpo médico. Pessoal apreciou as ideias de uma forma muito bem receptiva. Conversamos com os médicos e eles me indagaram se eu pensava em assumir a provedoria. No início era não, mas conforme fomos conversando, para mim era claro que o problema era falta de gestão. Nunca pensaram no hospital como empresa".
FALTA DE HUMANIZAÇÃO
"Falta hoje humanização no atendimento ao paciente. Vamos pegar muito firme nessa questão. Mas eu vejo como principal problema a falta da linha de pensamento corporativista. Você está gerindo dinheiro e capital humano, então precisamos colocar as pessoas certas nos lugares certos. Um dos nossos planos é reestruturar o quadro de funcionários e acabar com alguns cargos que não tem mais serventia".
TAMANHO DA DÍVIDA
"Hoje, contabilmente, temos uma dívida entre R$ 55 milhões e R$ 59 milhões. Muito da dívida aumentou por causa de juros. Tivemos muitos empréstimos que aliviaram a Santa Casa num curto período, mas hoje os juros são muito pesados. Vamos renegociar muita coisa para dar uma aliviada".
TRANSPARÊNCIA
"Nossa ideia é transparência. Pedi para marcar essa coletiva para mostrar que não vamos esconder nada. O que a gente pode fazer daqui para frente é reverter o buraco que está feito".
DÉFICIT MENSAL
"Numa média o hospital tem um déficit entre 350 mil e 400 mil mensais. Tem cargos que não fazem sentido hoje. Quando a gente otimiza isso nós vamos colocar as engrenagens para rodar lisinha, então esse déficit deve diminuir já".
PRIORIDADES
"A prioridade máxima que a gente tem hoje é o funcionamento operacional do hospital. Ele não funciona sem remédio e sem equipe clínica. Se a gente conseguir diminuir os juros a gente já consegue girar folha e insumos".
DIRETORIA PROVISÓRIA
"Depois do conselho administrativo e os médicos indicarem o novo provedor, a gente decidiu colocar como provisória porque às vezes podemos encontrar pessoas mais capacitadas - ou não -, para ocupar não só a provedoria, mas outros cargos também. Estamos vivendo uma situação de guerra, então isso requer medidas drásticas. Eu não pretendo sair logo, quando a gente encara uma missão temos que pegar para fazer até o final, e o final disso aqui é ela andando. Quando ela estiver positiva eu posso sair tranquilo".
MÉDICOS SÃO PRIORIDADE
"Temos como prioridade os insumos e a folha médica que está muito defasada. Devemos muito para os médicos e queremos acertar logo a situação deles, já que são eles que estão segurando o hospital. Por isso eles são nossa prioridade 1A. Não temos segurança que iremos pagar a segunda parcela do 13º nesse momento, pois a prioridade é pagar a folha médica".
MÉDICO CONFIRMA FALTA DE INSUMOS
Fernando Bertucci, responsável técnico do hospital, explicou a situação dos insumos que faltaram nas últimas semanas. "O que acontece é que eu pedia os insumos, hoje cedo por exemplo, e às vezes eles chegavam no outro dia, em quantidades pequenas. então durante esse período faltou algumas coisas sim".