CUIDADO
Mais de 30 mil motos são roubadas por ano no Estado de SP
Mais de 30 mil motos são roubadas por ano no Estado de SP
Dados são do Boletim Econômico Tracker-FECAP, que analisa dados da SSP-SP. Fator clima faz número de ocorrências aumentar em dezembro
Dados são do Boletim Econômico Tracker-FECAP, que analisa dados da SSP-SP. Fator clima faz número de ocorrências aumentar em dezembro
Da Redação
31.581 motocicletas foram furtadas ou roubadas em um ano no Estado de São Paulo (out18 a set19), uma média de 2.625 ocorrências por mês. O número é alto, mesmo com uma queda de 2,58%, quando comparado com o registrado anteriormente (32.395 entre out17 a set18).
E o índice cresce em dezembro, mês recordista de roubo e furto de motos. Em dezembro do ano passado foram registrados 4.042 eventos, 131 motos por dia, o que representa uma alta de 54% em comparação à média mensal do período. Os dados são do Boletim Econômico Tracker-FECAP -- que analisa dados da Secretaria de Segurança Pública de SP.
E há um dado curioso: o clima influencia o aumento dos crimes. "Os últimos três meses do ano apresentaram maior volume de boletins. Mas no caso de roubo, especialmente em dezembro, o índice chega a ser o dobro da média mensal e o mês de novembro fica 50% acima. Julho é o que registra menos eventos. Esses números deixam claro que o fator clima favorece a ação dos bandidos. Ou seja, quanto mais motos na rua, maior a oportunidade para os criminosos", analisa o coordenador do Núcleo de Pesquisa da FECAP, Erivaldo Costa Vieira.
ROUBOS AUMENTAM NO FIM DE SEMANA
Sábados, domingos e feriados são os dias de maior incidência de roubos, com alta já registrada a partir da sexta-feira. No sábado, os números são, em média, 20% maiores que os dias da semana e no domingo o volume de registros fica 30% acima da média. O período da noite é o preferido pelos criminosos (50,1% das ocorrências), seguindo pela madrugada (18,3%).
O coordenador do Centro de Operações do Grupo Tracker, Vitor Correa, explica que no verão muitos delitos ocorrem aos finais de semana. "Boa parte das motos apreendidas pela polícia é destinada para a chamada 'ostentação', prática em que os criminosos desfilam com o produto do crime pelas periferias, nos 'rolezinhos' e nos bailes funk. Outra parte é direcionada para o desmanche, visando à comercialização no mercado ilegal".
Já os crimes de furto ocorrem em maior volume nos dias da semana (terça, quarta e quinta), com acentuada redução nos finais de semana. "Os delitos são efetuados em via pública, na grande maioria dos casos, quando as motocicletas estão estacionadas e os proprietários distantes. Por isso, 44% das ocorrências ocorrem durante o dia e 31% à noite, as madrugadas respondem por outros 16,4%", afirma Erivaldo Costa Vieira.
CIDADES E VIAS MAIS PERIGOSAS
No período analisado, a cidade de São Paulo respondeu por 41,9% dos roubos de moto no Estado e por 34,7% dos furtos. Entre os quinze municípios que registram maior número de ocorrências de roubo, apenas três não estão localizados na região da Grande São Paulo: Campinas, Sorocaba e Ribeirão Preto. Dos municípios da Grande São Paulo, excluindo a Capital, 12% das ocorrências são no ABCD.
Os crimes de furto são mais pulverizados. A cidade de Ribeirão Preto aparece em segundo lugar entre os municípios com maior número de eventos de furto (2,76%). A região do Grande ABCD também tem grande número de registros de furto, cerca de 7%. As cidades do litoral sul de São Paulo, Santos e Praia Grande juntas, responderam por 3%.
Na capital, cinco bairros se destacam negativamente, com maior número de roubos e furtos: Santo Amaro, Cidade Ademar, Pinheiros, Bela Vista e Itaquera. Na análise dos crimes exclusivamente de furto, os top 5 foram: Santo Amaro, Pinheiros, Bela Vista, Jardim Paulista e Lapa. "São bairros centrais e alguns considerados 'nobres'. Uma forma de redução dos riscos de furto nesses locais seria o uso de estacionamentos, travas e alarmes", alerta Erivaldo Costa Vieira.
Já os eventos mais violentos, com arma em punho, são mais frequentes em bairros da periferia: Itaquera, Cidade Ademar, Iguatemi, Sapopemba e Jardim Ângela. "A redução das perdas se faz por seguros e utilização de rastreadores para localização e recuperação do veículo por parte das autoridades após o acontecido", aconselha o coordenador do Núcleo de Pesquisa da FECAP.
Fonte: FECAP