MEIO AMBIENTE

Incêndio no canavial: Moradias e APPs preocupam Corpo de Bombeiros

Incêndio no canavial: Moradias e APPs preocupam Corpo de Bombeiros

Publicada há 7 anos

Caminhões de usina ajudam o Corpo de Bombeiros a conter as chamas



Por Jorge Pontes


Menos de 24h após utilizar dois caminhões pipa – cuja capacidade é de 15 mil litros- para conter um incêndio em um terreno baldio no Bairro Jardim Acapulco, e praticamente todo efetivo do Corpo de Bombeiros de Fernandópolis com apoio da Polícia Ambiental precisou se dirigir até o Bairro Jardim Universitário para, novamente, conter mais um incêndio, que ao que tudo indica, criminoso.
 O fogo está tomando conta de um canavial nos fundos do Bairro Morada do Sol, consumindo os dois extremos do canavial. Se realmente o incêndio for criminoso, pode-se chegar a conclusão de que o indivíduo tenha colocado fogo nas duas extremidades da área para que as chamas consumissem toda a plantação, indo de um ponto A a um Ponto B, por exemplo.


 No momento, a grande preocupação dos bombeiros são as casas bem próximas do canavial, no Jardim Universitário e uma APP  -Área de Preservação Permanente, que divide ambos bairros citados. Em razão do tempo seco e estiagem, o fogo tem tomado uma grande proporção, sendo visível a fumaça acinzentada no céu de qualquer parte da cidade.


Fumaça chama a atenção da população; De qualquer ponto da cidade é possível enxergar a fumaça



Vale ressaltar que o Corpo de Bombeiros tem atendido cerca de duas ocorrências de incêndio por dia. Neste momento, caminhões pipa da Agrícola Arakaki também ajudam a conter o fogo.
 A orientação da corporação, mais uma vez, é de que a população jamais utilize o fogo para desfazer de lixos ou entulhos.


Imagens registradas do Bairro Morada do Sol; moradias pertencem ao Bairro Jardim Universitário



LEGISLAÇÃO

Vale lembrar, que além de leis estaduais e federais que inibem a utilização de fogo, em Fernandópolis atear fogo em qualquer matéria também é crime, de acordo com a lei nº 3.981 de 28 de junho de 2012, que estabelece: “Fica expressamente proibido qualquer tipo de queimada em área localizada em perímetro urbano, seja de lixo, mato ou qualquer outro material orgânico”. As infrações são classificadas como leve, grave ou gravíssima e qualquer uma delas caberá multa que pode ser de duas URM’s – Unidade Referencial Municipal (R$ 233,74) se for leve, seis URM’s se considerada infração grave e dez URM’s em caso de gravíssima. Ainda de acordo com a lei em caso de reincidência, as penalidades serão aplicadas em dobro e o infrator, em alguns casos, também pode ter que reparar o dano.


MÉDIA ALTA EM 2015

Em razão da estiagem, o tempo seco e consequentemente a baixa umidade relativa do ar atrelado ainda à displicência de alguns moradores, o Corpo de Bombeiros de ta mesma época do ano, em 2015, uma média de 2,44 incêndios por dia. De janeiro a julho foram registrados 61 incêndios, 30 em vegetação cultivada, 28 em vegetação de terrenos baldios, e mais três em veículo, casa e edificação comercial. No entanto, prevalecem ao longo do ano os incêndios em terrenos baldios, que tecnicamente são classificados como acidentais, já que raramente encontra-se o causador.


SAÚDE

 Os principais atingidos são idosos, crianças e asmáticos. Todavia ninguém está isento de sofrer com a poluição, que causa também o aumento da morbidade respiratória na medida em que há aumento da concentração de material particulado no ar, gerado pela queima da palha da cana-de-açúcar. O tempo seco e, consequentemente, o aumento de queimadas, provoca um crescimento considerável no número de consultas, atendimentos hospitalares, medicação e internações relacionados a problemas respiratórios, como morbidade respiratória, bronquite crônica, enfisema e asma que sempre têm um agravamento dos sintomas em decorrência da fumaça.

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