O cantor, compositor e ator britânico David Bowie é autor de uma reflexão de extrema sabedoria sobre a idade e o aprimoramento do ser humano: “o envelhecimento é um processo extraordinário, através do qual você se transforma na pessoa que sempre deveria ter sido”.
A frase de Bowie retrata uma realidade incontestável: aprendemos e nos tornamos melhores com o passar dos anos. Quantas vezes você já se surpreendeu pensando no passado e imaginando como teria sido, se tivesse o conhecimento que tem hoje? Quantas vezes você se perguntou como teria agido, se soubesse naquela época o que sabe agora? Se naquele dia tivesse a experiência que a vida lhe deu, não teria curtido mais aquele momento? Quantas oportunidades nós perdemos por não sabermos como agir, por termos medo de falhar, por não termos o conhecimento que só a experiência nos dá?
Os filósofos nos ensinam que devemos ser mais tolerantes com as falhas que cometemos. Há um antigo ditado que diz que aprendemos com os nossos erros. Portanto, quando erramos, devemos assimilar a lição aprendida e seguir adiante, sem recriminações ou culpas pelo equívoco cometido.
Na verdade, não apenas os erros nos ensinam. Os acertos também. A diferença é que sempre que fazemos algo pela primeira vez, a probabilidade de erro é muito maior que a de acerto. Quando erramos, tentamos corrigir na próxima oportunidade; quando acertamos, procuramos melhorar nas futuras ocasiões. Portanto, aprendemos fazendo, experimentando, vivendo.
Alguns indivíduos são mais felizes porque conseguem ser menos rigorosos consigo mesmos: admitem o erro com mais facilidade, sofrem menos com seus insucessos. Por não temerem as derrotas, enfrentam com mais facilidade os novos desafios. Dessa forma, aprendem mais rapidamente que os perfeccionistas, que se cobram muito, que não aceitam o fracasso, que se recriminam severamente por suas falhas.
Os perfeccionistas querem estar sempre preparados antes de enfrentarem novos desafios. Mas isso é impossível: só passando pela experiência é possível aprender inteiramente. O conhecimento teórico ajuda, mas apenas a vivência ensina completamente.
Os tímidos também têm muito medo do fracasso. Por isso não tentam e fogem dos caminhos desconhecidos. Por isso se afastam e se refugiam no conforto do seu mundo interior. Eles precisam de muita coragem e esforço para conseguir romper a redoma que constroem ao redor de si. Muitos passam a vida fechados nesse mundo, imobilizados pelo receio do fracasso.
Na vida, precisamos enfrentar os nossos medos. É necessário sair da segurança do porto, soltar as amarras, deixar o vento enfunar as velas e dirigir o nosso barco rumo ao mar aberto. Precisamos aprender a conviver com o oceano revolto, com as tempestades, com as calmarias. É assim que aprendemos a navegar. É vivendo que aprendemos a viver. Os erros e os acertos fazem parte da vida e do aprendizado.