SAÚDE
São Paulo registra mais de 200 mil casos de sífilis nos últimos doze anos
São Paulo registra mais de 200 mil casos de sífilis nos últimos doze anos
No caso da sífilis congênita, na qual a transmissão acontece da mãe infectada para a criança durante a gestação ou o parto, foram mais de 26 mil casos registrados na última década, no estado
No caso da sífilis congênita, na qual a transmissão acontece da mãe infectada para a criança durante a gestação ou o parto, foram mais de 26 mil casos registrados na última década, no estado
Da Redação
No Estado de São Paulo, a Infecção Sexualmente Transmissível mais comum é a sífilis. Desde 2007, o serviço de saúde diagnosticou 229.786 casos de sífilis adquirida – transmitida durante o sexo. Até junho do ano passado, foram notificados 12.883 casos. No caso da sífilis congênita, na qual a transmissão acontece da mãe infectada para a criança durante a gestação ou o parto, foram mais de 26 mil casos, de 2009 a 2018, data do último levantamento.
De 2011 a 2017, o número de casos da sífilis cresceu bastante: saiu de mais de dez mil casos para quase 37 mil. No caso dessa IST, os casos ocorrem mais entre os jovens e os homens são mais afetados do que as mulheres. As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são transmitidas principalmente por meio de relações sexuais sem uso do preservativo e afetam diretamente a vida das pessoas.
Isso porque podem causar complicações na gravidez, no parto, morte fetal, agravar a saúde das crianças e facilita a transmissão sexual do vírus HIV. O médico sanitarista do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids do Estado de São Paulo, Artur Kalichman, reforça que a camisinha é o método mais eficaz para prevenir as IST.
“A camisinha é a melhor estratégia que tem, porque ela protege de praticamente de todas as IST, protege da gravidez, não tem efeito colateral. Como eu falei, você pode ter camisinha em pontos de ônibus, não precisa de médico, não precisa do serviço de saúde, ou seja, é um insumo que uma vez que se apropria, ele pode autonomamente estar indo lá, buscando e usando o tempo todo”.
É importante ressaltar que as infecções também podem ser contraídas por meio do compartilhamento de materiais perfurocortantes como seringas, agulhas e tatuagens. O funcionário público Carlos Araújo, de 55 anos, morador da capital paulista, é portador do HIV há trinta anos e contraiu sífilis duas vezes.
A primeira vez, há dez anos, ocorreu por meio de um parceiro. Nessa época, surgiu uma ferida na bochecha que não coçava e não doía. Ao procurar a médica, ela achou que era uma picada de aranha, mas após os exames deram positivo para a sífilis.
Durante os exames de acompanhamento do HIV, ele descobriu que estava com a doença novamente. Fez todo o tratamento pelo SUS no Centro de Referência em DST/Aids de Santa Cruz. Depois de tudo que viveu, Carlos chama atenção para os cuidados em relação à sífilis.
“Às vezes ela é muito silenciosa, insidiosa a forma como elas aparecem e as pessoas ficam querendo acreditar que não tem nada e estão livres de qualquer problema. É melhor tomar cuidado quanto se tem uma vida social e sexual ativa e importante fazer um trabalho preventivo”
De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2018, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação 158.051 casos de sífilis adquirida, sendo 62.599 casos em gestante. Houve também 26.219 casos de sífilis congênita. Sem camisinha, você assume o risco. Use camisinha e proteja-se de ISTs, como HIV, Sífilis e Hepatites. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/ist.
Fonte: Agência do Rádio