ECONOMIA
De correntista a associado: como os brasileiros estão aprendendo a discutir economia dentro das instituições financeiras
De correntista a associado: como os brasileiros estão aprendendo a discutir economia dentro das instituições financeiras
Cooperativas do Sicredi realizam eventos de prestação de contas e mobilizam milhares de associados nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro
Cooperativas do Sicredi realizam eventos de prestação de contas e mobilizam milhares de associados nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro
Em 2019, mais de 220 mil pessoas participaram das reuniões de prestação de contas nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro
Da Redação
Entre janeiro e abril, as 31 cooperativas de crédito do Sicredi que atuam nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro realizam suas assembleias gerais, reunindo associados, colaboradores e dirigentes. Em 2019, 224 mil pessoas desses três estados participaram das reuniões de prestação de contas que são um dos principais diferenciais das instituições financeiras cooperativas. O destino dos resultados obtidos pelas cooperativas e a definição de diferentes estratégias fazem parte das decisões tomadas em conjunto nestes encontros.
Grandes Diferenças
A principal diferença entre um banco e uma instituição financeira cooperativa – que atuam sob a fiscalização do Banco Central – está no fato de o banco ser controlado por um conjunto de acionistas, que buscam lucro, enquanto a cooperativa não visa lucro, distribuindo o resultado gerado entre os associados, que definem, ao lado dos dirigentes da sua cooperativa qual caminho deverá ser seguido, no que se refere a novos investimentos, expansão, distribuição de recursos, entre outros itens.
Nessa mesma linha de participação democrática e efetiva, os associados têm calculada a participação no resultado gerado pela cooperativa de acordo com a sua movimentação financeira. Quanto mais o associado se relaciona com o Sicredi, maior é a sua participação proporcional na divisão dos resultados da cooperativa à qual ele é associado.
"Para que o sistema cooperativo se concretize de fato o associado precisa ter voz. As assembleias de prestação de contas são o momento para que ele indique os caminhos que considera mais adequados para a cooperativa. Dizemos internamente que temos presença nacional com atuação regional, que se faz ouvindo os nossos associados em todas as cidades onde temos agências. Isso para poder atender as demandas na Avenida Paulista, em São Paulo ou em Copacabana, no Rio de Janeiro e até mesmo em um distrito do interior do Paraná. Com voz ativa e participando de uma gestão transparente, as pessoas se sentem parte desse movimento e naturalmente se envolvem mais, convidam amigos e parentes próximos para experimentar os diferenciais do Sicredi", explica o presidente nacional do Sicredi e da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Dasenbrock.
O aumento da base de associados é constatado pelo Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2019. O levantamento aponta que o número de associados cresceu 42% no país entre 2014 e 2018, chegando a quase 10 milhões de pessoas. Com o aumento de cooperados, os resultados também avançaram. Em 2019, a Central Sicredi PR/SP/RJ registrou um patrimônio líquido de R$ 3,7 bilhões, alta de cerca de 13% quando comparado com 2018.
O destino dos resultados obtidos pelas cooperativas faz parte das decisões tomadas em conjunto nas assembleias