Às vezes, quando somos atingidos por algum infortúnio, uma doença grave, a morte de alguma pessoa querida, voltamos o nosso olhar para o céu e reclamamos da nossa infelicidade. Parece que todos estão bem e somente nós sofremos. Será que nossas preces não foram ouvidas? Será que Deus se esqueceu de nós? Claro que não.

Na verdade, os eventos ruins atingem todas as pessoas. Um dia, a má sorte visita a casa de um, na semana seguinte, ela chega à casa do outro. Este é o nosso destino, é a realidade da nossa condição humana. Somos seres mortais. Temos prazo de validade. O nosso corpo está sujeito a falhas, seja em razão de fatores hereditários, ou em decorrência do envelhecimento. Assim, uma hora ou outra, chega a nossa vez. Como chega para todos, sem qualquer distinção ou privilégio.

Por isso, devemos agradecer e aproveitar os momentos felizes, a nossa saúde, a saúde dos nossos entes queridos, a paz que reina em nossos lares, os amigos que temos. Tudo nesta vida é passageiro, tanto os bons momentos quanto os momentos ruins. Valorizemos, portanto, quando o vento está soprando a favor. De um momento para outro, ele pode mudar de direção. É possível que tenhamos que enfrentar o mar revolto. Entretanto, quando esse momento chegar, lembre-se de que a tempestade também é passageira. Por mais terrível que ela seja, ela passa. E, na manhã seguinte, o sol volta a brilhar.

O tempo é um excelente remédio para todos os males. Tudo passa. Mesmo que tenha sido muito dura a perda, mesmo que tenha sido muito grande o sofrimento, com o tempo o nosso coração volta a se acalmar, o nosso espírito recupera a serenidade e temos novamente condição de sermos felizes.

Tem uma música, com um trecho muito bonito, que diz o seguinte: “Mas se não for a morte, não é o fim do mundo. Vem o tempo e cura o que tem de curar”. Dê tempo ao tempo. Espere a chuva passar e curta o sol do novo dia.

Fernandópolis, 11 de outubro de 2019.