INVESTIGAÇÃO
Jovem procura polícia e diz ser vítima sequestrada há 16 anos no PR
Jovem procura polícia e diz ser vítima sequestrada há 16 anos no PR
Luana Oliveira Lopes foi raptada aos 8 anos, em 2003, em Florestópolis/PR
Luana Oliveira Lopes foi raptada aos 8 anos, em 2003, em Florestópolis/PR
Luana Oliveira Lopes foi raptada aos 8 anos, em 2003, em Florestópolis (PR)Imagem: Divulgação/Polícia Civil PR
Da Redação
A Polícia Civil do Paraná retomou hoje a investigação do sequestro de uma menina de 8 anos, em 2003, em Florestópolis, a 453 km de Curitiba. Luana Oliveira Lopes foi raptada na PR-170 ao ser abordada por um caminhoneiro. De acordo com a Delegacia de Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), uma mulher reapareceu na cidade no último sábado, 7, e disse ser a menina desaparecida há 16 anos.
A investigação coletou material de DNA da jovem para confirmar se, de fato, trata-se de Luana. A mulher tem 24 anos, a mesma idade que a criança sequestrada possuiria atualmente. Ela também apresenta semelhanças físicas com a vítima raptada, porém a Polícia Civil espera o resultado do exame para confirmar se são a mesma pessoa. A espera deve durar 30 dias.
Luana sofreu o sequestro em novembro de 2003, quando caminhava com o irmão, à época com 10 anos, na PR-170. No percurso, um caminhoneiro abordou as crianças e as levou para o baú do veículo. O irmão mais velho foi deixado na estrada pouco tempo depois. Ele estava amarrado e espancado, o que causou a perda de memória sobre detalhes do crime.
"Um motorista de um caminhão raptou ela e o irmão, mas ele conseguiu se evadir depois de ser bastante agredido pelo motorista. Esse fato ocorreu em 2003 e agora Luana poderia estar viva e retornado ao estado do Paraná", disse a delegada Patrícia Paz, em entrevista coletiva na tarde de hoje, em Curitiba.
Relato de adoção e buscas na internet
Segundo a Polícia Civil, a mulher que diz ser Luana Lopes contou em depoimento viver na cidade do Rio de Janeiro. Ela passou a desconfiar da origem familiar quando uma tia afirmou que ela seria adotada. A jovem, porém, relatou não recordar do sequestro, tendo as lembranças mais antigas somente a partir dos 10 anos.
A jovem reencontrou a sua suposta família biológica quando buscou na internet histórias de desaparecimentos e sequestros compatíveis com a sua idade. A partir das redes sociais, conseguiu contato com os familiares de Luana Lopes. Depois de conversar com os parentes da criança raptada, enviar fotos e fazer comparações, chegou à conclusão de que é a garota sequestrada em 2003. Eles se reencontraram no último sábado.
"Ela não sabe informar detalhes do seu início de vida, somente depois dos seus 10 anos. Essa jovem desconfiou que não seria daquela família durante a sua adolescência e posteriormente uma tia em seu leito de morte teria falado que não era daquela família. Isso a levou a suspeitar ser vítima de um crime de sequestro. A idade é compatível e há semelhança física, mas só o exame de DNA vai confirmar", explicou a delegada.
A Polícia Civil informou esperar a confirmação do DNA para tomar os próximos passos do inquérito. A jovem perdeu o pai dela quando tinha 15 anos e a investigação quer saber se ele tinha alguma relação com o caminhoneiro que raptou Luana, caso o exame dê positivo. Os parentes cariocas da jovem também devem ser ouvidos.
O sequestro
Luana Oliveira Lopes desapareceu em 16 de novembro de 2003. À época, com 8 anos, foi sequestrada com o irmão, na ocasião, com 10. Eles estavam a caminho da cidade vizinha de Prado Ferreira para buscar leite em uma propriedade rural.
No percurso, segundo a Polícia Civil, um caminhão abordou os irmãos e o motorista ofereceu cobertores que estavam no baú do veículo. Quando as crianças entraram na carroceria, o caminhoneiro fechou as portas e partiu. Pouco tempo depois, as vítimas foram levadas para a cabine. O garoto, no entanto, reagiu e sofreu espancamento do motorista, sendo deixado na estrada amarrado.
Em razão das agressões e do trauma, o irmão de Luana perdeu a memória sobre detalhes do crime, dificultando o retrato falado. Em 2004, um homem chegou a ser preso no Rio Grande do Sul suspeito de ser o autor do crime, mas por falta de provas, acabou solto.
Fonte: Uol