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Coronavírus cai como uma “bomba” sobre a economia de Fernandópolis

Coronavírus cai como uma “bomba” sobre a economia de Fernandópolis

“Estudo algumas soluções para não fechar a loja e ter que demitir duas funcionárias”, diz comerciante; setores que sentiram a queda das vendas são aqueles de bens não essenciais

“Estudo algumas soluções para não fechar a loja e ter que demitir duas funcionárias”, diz comerciante; setores que sentiram a queda das vendas são aqueles de bens não essenciais

Publicada há 4 anos

Breno Guarnieri 

São poucas as certezas desde que o coronavírus entrou em cena, promovendo questionamentos que vão além dos imensos desafios na área da saúde pública. Em Fernandópolis, ainda não é possível mensurar os prejuízos nas diferentes atividades econômicas, mas mesmo antes do decreto que determinou o fechamento do comércio a partir desta segunda-feira, 23, - exceto para serviços essenciais - já era nítida a queda no movimento de consumidores em muitos estabelecimentos. 

Segundo os lojistas, o número de compradores diminuiu de maneira drástica. É possível ainda notar movimentação pelas ruas do Centro, mas o movimento dentro das lojas (abertas) é mínimo. A reportagem de O Extra.net percorreu estabelecimentos que informaram terem tido, em média, uma redução de 50% no movimento, desde a semana passada.  

No município, de acordo com informações apuradas, os principais setores que já sentiram a queda das vendas são aqueles de bens não essenciais. Entram nesta lista confecções, brinquedos, acessórios, entre muitos outros. 

Em entrevista à reportagem, o economista Paulo Magno recomendou que os comerciantes de bens duráveis não ampliem seus estoques. “Não é momento de investir, fazer dívidas ou assumir compromissos no longo prazo”, destaca. 

Outra dica, segundo o economista, é atenção ao fluxo de caixa e aos gastos fixos. “Existem várias opções de atendimento à distância, utilizando redes sociais ou de entregas”, acrescenta.

COMÉRCIO LOCAL

Em uma loja de calçados, localizada na região central do município, as vendas caíram significativamente, há duas semanas, segundo a gerente Paola Ribeiro. "O comércio fechado é uma forma de se precaver, mas, também, outras questões precisam ser estudadas. Não sei como nós (comerciantes) vamos estar (financeiramente) quando essa fase passar”, salienta.

A queda de clientes, principalmente idosos, também foi sentida pela comerciante Camila Oliveira, que vende maquiagens e bijuterias, em uma loja localizada na Avenida Milton Terra Verde. "Não vejo mais nenhuma idosa na loja. E as vendas caíram muito. Isso não é normal. Estou estudando algumas soluções para não fechar definitivamente a loja e ter que demitir duas funcionárias”, lamenta.  

Em uma loja de roupas, situada também na Rua São Paulo, onde a proprietária é Tamires Vicente, a preocupação também reina no local, tendo em vista que o movimento caiu 50% nos últimos dias, fato que a surpreendeu. "É uma situação instável. Tenho uma folha salarial (funcionários) a cumprir. Em 8 anos de loja, nunca passei por nada parecido. Espero que esse problema (coronavírus) acabe logo. Ainda não se pode medir o tamanho do prejuízo”, finaliza.

Decreto determinou o fechamento do comércio a partir desta segunda-feira

 

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