SOLIDARIEDADE

Organizada por Lady Gaga, 'maior live da história' arrecada 127,9 milhões de dólares

Organizada por Lady Gaga, 'maior live da história' arrecada 127,9 milhões de dólares

Responsabilidade pelas doações estava nas mãos de grandes empresas e líderes mundiais

Responsabilidade pelas doações estava nas mãos de grandes empresas e líderes mundiais

Publicada há 4 anos

Da Redação

Mais de cem artistas e personalidades da cultura e da política se uniram este no último sábado, 18, sob o lema "One World: Together At Home" ("Um Mundo: Juntos em Casa"). Promovido pela OMS, o evento musical, com o espírito dos "Live Aid", de 1985, arrecadou 127,9 milhões de dólares, destinados ao combate à pandemia do coronavírus.

Agradecimentos a profissionais da saúde e slogans de esperança foram as mensagens mais repetidas durante as oito horas de apresentações e discursos pelas redes sociais, que culminaram em um grande concerto televisionado em que estrelas como os Rolling Stones, Lady Gaga (que atuou como "curadora" do evento), Jennifer Lopez, Paul McCartney e Stevie Wonder cantaram de suas casas.

Embora o concerto beneficente buscasse arrecadar doações para o Fundo de Resposta Solidária Covid-19, desde o começo foi pedido aos espectadores que "não tocassem em seus bolsos", pois, nesta ocasião, a responsabilidade pelas doações estava nas mãos de grandes empresas e líderes mundiais.

Da casa dos artistas para o mundo. A performance que melhor resumiu o espírito do momento foi a de Taylor Swift, que no final da noite apresentou sua canção Soon Youll Get Better, com letra dedicada à sua mãe, em tratamento contra o câncer, que desta vez parecia uma mensagem de encorajamento para todo o planeta.

A situação global foi muito lembrada durante o evento. Foram projetadas imagens de cidades como Paris, Madri, Londres, Nova York e Buenos Aires completamente vazias.

Um dos momentos mais esperados foi o aparecimento dos Rolling Stones, que, se em seus quase 60 anos de carreira ainda lhes faltava fazer algo, acrescentaram uma performance muito peculiar à sua lista: interpretaram, por videochamada, You Cant Always Get What You Want. Cada um fez isso de sua casa, com a tela dividida em quatro. Mick Jagger começou a cantar em seu violão; Keith Richards - com uma cerveja na mesa - e Ronnie Wood se juntaram em seguida, e finalmente Charlie Watts tocou uma bateria peculiar, construída com objetos do cotidiano e muita imaginação. Foi uma cena agradável e caseira, que se repetiu em cada uma das atrações musicais. Porque, embora a falta de público e cenário fizesse desse tipo de concerto uma reunião sem presença física, os responsáveis pelo entretenimento do público não deixaram de lhe dar alma.

Mesmo a distância social não impediu colaborações como a de John Legend e Sam Smith, que juntos interpretaram o clássico de Ben E. King Stand By Me. Jennifer Lopez, que cantou People, de Barbra Streisand, em seu jardim, e Lady Gaga, que tocou Smile, de Nat King Cole, no piano, também optaram por músicas clássicas.

Houve momentos também para a língua espanhola pelas vozes de Maluma, com sua própria versão de Carnaval, de Celia Cruz, e uma aparição de J Balvin em que ele deu conselhos, em inglês e espanhol, para evitar a propagação do vírus. Invocando o "carnaval" da vida, pedindo que o "sorriso" não se perca, convidando a "união do povo" ou afirmando que "em breve tudo ficará melhor", os títulos das músicas escolhidas construíram a grande mensagem do evento.

As circunstâncias excepcionais e as mídias sociais permitiram que o público encontrasse momentos marcantes fora da transmissão oficial. Os internautas aplaudiram a emoção que Lady Gaga mostrou pelo Instagram antes do início do evento, e ela chegou até a publicar vídeos dançando em frente à televisão enquanto Elton John e Stevie Wonder se apresentavam. Outras celebridades, como Oprah Winfrey, compartilharam pelo Twitter imagens do jantar preparado para acompanhar a ocasião. Já Taylor Swift usou as redes sociais para agradecer o apoio de seus fãs assim que concluiu a sua apresentação.

Entre as apresentações, várias - e variadas - personalidades aproveitaram a oportunidade para enviar suas mensagens. Um dos primeiros foi o secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu que "a linguagem universal da música" fosse usada para agradecer aos trabalhadores da saúde e às pessoas afetadas pela pandemia. As ex-primeiras-damas dos Estados Unidos Michelle Obama e Laura Bush também apareceram no mesmo vídeo, minutos antes de Bill e Melinda Gates. Beyoncé, que não cantou, mandou uma mensagem de agradecimento, dedicando a noite "aos médicos, enfermeiros, àqueles da indústria de alimentos, dos serviços postais e de limpeza que tornam possível que podemos estar seguros em nossas casas".


Fonte: Estadão Conteúdo

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