MANIFESTO

Alunos de Medicina divulgam manifesto contra direção de universidade

Alunos de Medicina divulgam manifesto contra direção de universidade

Comissão de discentes também está organizando um abaixo-assinado contra a instituição

Comissão de discentes também está organizando um abaixo-assinado contra a instituição

Publicada há 4 anos

Post no Instagram para denúncias contra o curso

Gustavo Jesus

Apesar da nomeação do novo reitor, os problemas do curso de Medicina da Universidade Brasil continuam os mesmos, na visão dos alunos. Durante as últimas semanas os discentes se organizaram em uma comissão para cobrar a direção sobre as transferências previstas quando o Ministério da Educação descredenciou o curso.

Além do abaixo-assinado pedindo providências ao MEC - o documento tem, até o encerramento dessa edição, 816 assinaturas -, a comissão criou uma página no Instagram para que estudantes centralizem as denúncias contra a instituição de ensino.

Nessa sexta-feira, 24, os alunos escreveram um manifesto expondo as condições do curso desde o descredenciamento.

CONFIRA O TEXTO NA ÍNTEGRA

A comissão independente dos alunos da Universidade Brasil, que representa mais de 800 alunos, além de pais e familiares dos mesmos, insatisfeitos com a administração da entidade estudantil, apresentaram um abaixo-assinado on line, no site avaaz.org, para ser enviado ao Ministério da Educação após publicação do Despacho nº 31 de 30 de março de 2020 da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior que aplicou a penalidade de desativação do curso de Medicina, vedando o ingresso de novos estudantes e exigindo que, no prazo de 45 dias, a Universidade Brasil apresente a lista nominal dos alunos regulares. Na hipótese de constatação da impossibilidade de transferência dos estudantes para outra instituição, a Universidade Brasil continuará a ofertar o curso de Medicina até sua conclusão, segundo despacho do MEC.

Os alunos da instituição de ensino que apoiam o movimento não confiam na administração da Universidade Brasil por inúmeros motivos que já foram noticiados pelos diversos órgãos de imprensa deste país, o intuito do abaixo assinado é que o Ministério da Educação assuma a responsabilidade pelos alunos que querem transferir através da transferência assistida e para os alunos que querem permanecer na instituição de ensino que respeitem as decisões judiciais proferidas pelo juiz da Primeira Vara Federal de Jales no processo judicial n. 5000918-88.2019.4.03.6124, que requereu a intervenção do MEC na instituição de ensino de forma permanente, ou seja, o MEC tem suas responsabilidades por tudo que está acontecendo no curso de medicina, agora não quer assumir suas responsabilidades como instituição reguladora do ensino superior.

Os alunos denunciam o “sucateamento” do curso de medicina que ocorre desde a Operação Vagatomia, com atrasos nos pagamentos dos hospitais e entidades conveniadas, prejudicando as aulas práticas dos alunos.

A entidade estudantil, nas últimas reuniões com os professores do curso, apresentou uma redução da remuneração que chegou em 50% da hora-aula, ou seja, um professor médico com especialidade em sua área receberá menos que uma consulta médica paga por um convênio médico por hora aula dada na instituição de ensino, os professores são os verdadeiros heróis da instituição, apesar de não serem valorizados por ela. 

Os alunos denunciam ainda que desde a suspensão das aulas decorrentes da pandemia do Covid-19 no Estado de São Paulo, o curso de medicina da Universidade Brasil foi o único que ainda não adequou uma plataforma de ensino à distância que englobasse todos os alunos ,e devido a ineficiência administrativa, concedeu 15 dias de férias antecipadas, prorrogando por mais uma semana até o dia 30 de abril de 2020.

Entretanto, os boletos continuam chegando a todo “vapor” já com um mês sem aulas. Para piorar a situação, a Universidade Brasil lançou um comunicado aos alunos via grupos de mensagens no dia 23/04/2020, dizendo que o aluno que não pagar o boleto do mês de abril de 2020, ao retornar as atividades via ensino à distância, não terá acesso ao sistema, contrariando à Lei Federal n. 9.870/90 no seu art. 6, que impede a aplicação de quaisquer penalidades pedagógicas em razão do inadimplemento dos alunos. É absurda e desumana uma instituição que não respeita o sofrimento dos pais dos alunos que estão sem renda devido à pandemia do covid-19. Muitos alunos terão dificuldades em pagar as suas mensalidades e o que se espera da Universidade Brasil é retirar os alunos inadimplentes do seu sistema e não apresentá-los ao Ministério da Educação como alunos regulares, conforme determinado no despacho n. 31, de 30 de março de 2020 da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior dentro do prazo fixado pelo MEC, afinal todo mundo acadêmico tem conhecimento que a instituição de ensino tem excesso de alunos que ultrapassam as vagas aprovadas pelo MEC.

Aproximadamente 80% dos alunos da instituição de ensino do curso de Medicina tem alguma pendência em algum setor da universidade, sem à busca da solução dos problemas por parte da instituição de ensino, como exemplos: pagamentos à maior das mensalidades e não devolução dos créditos aos alunos, não aditamento dos contratos dos alunos do FIES, erros nas análises curriculares dos alunos transferidos e diplomados que ingressaram via processo seletivo. Basta consultar o site do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, www.tjsp.jus.br, digitar no campo consulta processual o nome da instituição e verá a realidade do crescimento dos processos judiciais contra a instituição.

Há relatos de pais e de alunos que desenvolveram problemas psicológicos e psiquiátricos em decorrência da busca incessante em resolver os seus problemas dentro da instituição de ensino, mas os problemas nunca foram resolvidos.

O movimento clama para os órgãos públicos que defendem a sociedade que olhem com mais cuidado aos alunos do curso de medicina da Universidade Brasil, os alunos são vítimas de uma administração ineficiente e que não respeita as leis e as decisões judiciais que são proferidas contra a instituição de ensino.

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