REVELAÇÃO

Em livro, Rebeca Gusmão descreve autoflagelo

Em livro, Rebeca Gusmão descreve autoflagelo

'Me machucava com objetos’

'Me machucava com objetos’

Publicada há 7 anos



Pouca gente sabe, mas antes de tentar se matar duas vezes, Rebeca Gusmão se machucava diariamente. O relato está no livro que a ex-atleta acaba de lançar. Em “Virada Olímpica”, a nadadora, acusada de doping em 2007, fala sobre o período mais tenebroso da vida, quando caiu numa depressão profunda. “O estado depressivo também fazia com que eu me agredisse fisicamente, na tentativa de substituir uma dor por outra. Eu me machucava com a unha, com instrumentos, com objetos, com o que quer que fosse. Escolhia braços, coxas, pescoço e o peito como alvos”, descreve Rebeca.


Os momentos de fúria contra o próprio corpo eram potencializados com uma garrafa de vodca ingerida por dia e o uso de medicamentos para dormir: “Só repetia: ‘Meu Deus, por favor, me leva daqui. Eu não aguento mais sentir dor assim’”.


Rebeca repassa ainda a fase em que começou a engordar. “No início eu emagreci muito. Não tinha apetite, não queria comer e perdi cerca de vinte quilos ao todo. De repente, encontrei no extremo oposto um conforto para lidar com tudo o que estava sentindo. Passei a comer compulsivamente””, relembra: “Depois comecei a descontar no álcool. Passei a beber diariamente. Elegi a vodca como minha companheira. Com ela ficava trancada no meu apartamento por semanas,, muitas vezes sentada no parapeito da janela, encarando o vazio. Dormia às seis da manhã e acordava só a tarde. Fui ganhando peso até chegar aos 104kg”.


Passados três anos do auge da depressão, Rebeca comemora hoje o nascimento de Zeus, seu primeiro filho. “Sei que a partir de agora tudo vai ser diferente. Pois existe um ser que depende de mim. Mas a verdade é que eu sempre fui movida a desafios, pelo desconhecido (...) Ao lado da cama dele, reservei um lugar especial para o meu baú de medalhas e, em todas as noites, em vez de ler livros de fábulas e contos de infantis, contarei a história por trás de cada prêmio que conquistei. Não poderia haver medalha, recorde, premiação mais vaiolsa que esse presente que Deus me deu”.

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