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Corinthians decide demitir funcionários e dispensar atletas por conta da crise
Corinthians decide demitir funcionários e dispensar atletas por conta da crise
Com menos competições, departamento de base deve ser um dos mais atingidos pelos cortes
Com menos competições, departamento de base deve ser um dos mais atingidos pelos cortes
Da Redação
O Corinthians fará uma série de demissões em seu quadro de funcionários a partir dos próximos dias. A medida vinha sendo analisada nas últimas semanas e foi confirmada na terça-feira, em reunião da diretoria no Parque São Jorge.
Até então, o presidente Andrés Sanchez e o diretor financeiro Matias Romano Ávila afirmavam que o clube preservaria empregos. Porém, o entendimento agora é de que a crise econômica provocada pela pandemia da COVID-19 tornou a situação insustentável.
O Timão sofreu uma queda drástica nas receitas e chegou a parcelar o pagamento de salários e férias de alguns colaboradores neste mês. O clube espera um socorro financeiro de R$ 120 milhões nos próximos dias, referente a antecipação do valor da venda de Pedrinho ao Benfica, que será feito por um banco estrangeiro.
Diretores de todos os departamentos comprometeram-se a fazer cortes. O futebol profissional deve ser um dos menos atingidos, já que os jogadores possuem contratos com altas multas rescisórias, existe a expectativa de volta às atividades em breve e a modalidade é o carro-chefe do clube. Por outro lado, as categorias de base serão bastante afetadas.
Ainda não há uma definição por parte da Federação Paulista de Futebol, mas a expectativa é de que os atletas mais jovens nem sequer tenham competições a disputar em 2020. Assim, o Corinthians planeja enxugar as comissões técnicas e até mesmo os elencos. Categorias pares e ímpares, como sub-14 e sub-15, podem ser unificadas. O sub-20 tende a ser o menos impactado.
Jogadores que não possuem contrato profissional e já não agradavam tanto serão dispensados. Além disso, é incerta a continuidade da categoria sub-23.
As peneiras de jovens jogadores também devem ser extintas, ocasionando demissões de funcionários que atuam no campo e nas áreas administrativas.
Paralelamente, o Corinthians tenta manter suas principais promessas. Na última terça-feira, por exemplo, o clube deu um aumento salarial e elevou a multa rescisória de Gabriel Pereira, meia que se destacou na Copa São Paulo deste ano.
Os cortes também irão se estender a outras modalidades. O Corinthians já encerrou a equipe masculina de basquete e avalia demissões nos departamentos de esportes terrestres e esportes aquáticos.
No momento, os diretores mapeiam funcionários que possuem estabilidade nos cargos por diferentes motivos, como proximidade com a aposentadoria ou participação na CIPA (Comissão Interna de Prevenção a Acidentes). Também é avaliado o volume de indenizações a serem pagas.
Há um mês, o Corinthians reduziu em 50% e 70% o salário dos empregados (com exceção dos jogadores de futebol, que tiveram corte de 25%). A decisão foi baseada na Medida Provisória 936, editada em abril e que faz parte das iniciativas para enfrentar a crise provocada pela pandemia de coronavírus.
A MP prevê que o emprego do trabalhador que tiver a jornada reduzida deve ser mantido por um período igual ao da redução. Porém, o empregador pode optar pela demissão desde que pague uma multa. Assim, o Timão tenta correr para definir os cortes antes que se inicie um novo mês e o prazo de estabilidade se torne ainda maior.
Procurado pela reportagem, o presidente Andrés Sanchez não quis se manifestar.
Fonte: Globo Esporte