A fernandopolense era ativista referência na luta contra a AIDS. Foto: Divulgação
Da Redação/Agência AIDS
A Agência de Notícias da Aids lamenta informar o falecimento da ativista Brunna Valin, nesta segunda-feira, 1 de junho, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Natural de Fernandópolis, cidade do noroeste paulista, aos 15 anos foi morar em São José do Rio Preto onde se aproximou do Grupo de Amparo ao Doente de Aids (GADA), atuando como voluntária e funcionária.
A liderança local a impulsionou na fundação da Associação de Travestis e Transexuais do Interior (Artis); também foi vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde e representou o estado de São Paulo na Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (TransBrasil). Atualmente era colaboradora do Grupo Pela Vidda/SP, orientadora socioeducativa no Centro de Referência e Defesa da Diversidade (CRD) e representante do Grupo Pela Vidda/SP na diretoria do Fórum de ONGs Aids de São Paulo.
Brunna Valin era uma ativista travesti solidária e vigorosa. Sempre disponível a lutar pela construção de um mundo mais justo para população LGBTI, sobretudo para travestis e transexuais. Brunna nunca temeu enfrentar o mundo e as injustiças, como travesti, pessoa vivendo com HIV e nos últimos anos, enfrentando um câncer violento, ela não recuava e não desistiu.
“Antes de ser transexual, sou muitas outras coisas e minha transexualidade não define quem sou. Sou Brunna Valin, orientadora socioeducativa no Centro de Referência da Diversidade, sou casada, sou HIV positiva, militante e ativista do movimento de aids e LGBT e também transexual. Talvez essa não seja a forma como muitas pessoas me enxergam e isso me incomoda”, disse ela em entrevista.
Seu propósito de vida era claro, ela dizia que as pessoas transgênero não queriam direitos à parte, “não queremos nenhum direito a mais, queremos direito igual ao de todos, queremos ser reconhecidas enquanto pessoas, não por uma sigla, nem por uma identidade, nem por uma orientação, mas sim por seres humanos. Antes de ser transexual ou de ser o que quer que seja, eu sou a Brunna.”
Com 45 anos completados em janeiro, estudante de ciências sociais, Brunna era exemplo de ativismo e empoderamento, aliando alegria às suas ações nas luta pelos Direitos Humanos. Garra e sorriso largo eram suas características. Fica a boa lembrança de tantas batalhas vencidas e de sua capacidade de superação e a certeza da continuidade do trabalho, de inclusão social e construção de um mundo mais justo e mais diverso, é a melhor forma de honrar a sua memória.
Fonte: agênciaaids.com.br