RETORNO INCERTO
Preocupados, pais não querem que filhos voltem às escolas em Fernandópolis
Preocupados, pais não querem que filhos voltem às escolas em Fernandópolis
Protocolo vale para as redes pública e privada e todos os níveis de ensino, do infantil ao superior; mas alguns critérios devem ser cumpridos
Protocolo vale para as redes pública e privada e todos os níveis de ensino, do infantil ao superior; mas alguns critérios devem ser cumpridos
Breno Guarnieri
Em meio a incertezas sobre o plano de retomada das aulas presenciais no Estado de São Paulo e o risco de contaminação de crianças, alguns pais entrevistados pela reportagem de O Extra.net já se decidiram: não vão mandar seus filhos de volta para a escola.
O governo estadual afirmou, nesta sexta-feira, dia 7, que a reabertura das escolas públicas e privadas do Estado somente ocorrerá a partir do dia 7 de outubro, um mês após a data inicialmente prevista pelo chamado Plano SP, porque as condições impostas para a retomada do ensino presencial não foram cumpridas.
No entanto, as unidades serão liberadas para reabrir para recuperação e atividades de acolhimento de alunos, de forma opcional, a partir do dia 8 de setembro. A ideia é ajudar pais que tenham voltado a trabalhar presencialmente e não tenham como ficar com os filhos.
Em Fernandópolis, Gabriela Martins, 38 anos, mãe da Larissa, 12 anos, mantém o plano de não mandar a filha à escola neste ano mais. A menina estudava em uma escola pública de Fernandópolis, fechada após o decreto de quarentena (pandemia - coronavírus). "A minha intenção é que ela não vá este ano. É um risco desnecessário", avalia a mãe, que ainda salienta: “ela está recebendo atividades de forma online, por enquanto pretendo manter assim”.
Josemar Manoel Ribeiro, 42 anos, reconhece a importância da escola, principalmente, para a socialização das crianças, mas teme pela saúde de parentes que tenham contato com o seu filho, caso ele volte ao ambiente escolar. "Tenho conversado com a minha esposa. Os avôs do Miguel possuem uma idade avançada e não queremos arriscar", destacou Josemar, pai de Miguel, de 11 anos.
Sophia, de 14 anos, matriculada na Escola Estadual Afonso Cafaro recebe atividades que as professoras mandam pela internet e a mãe, Maína Lara, 32 anos, acompanha de perto as lições da filha. Mãe também de dois meninos, Isaac e Theodoro, de 4 e 2 anos, respectivamente, a jovem já decidiu: não vai mandar os filhos para a escola. “Não vou mandar. Eu acredito que não há a menor condição de voltar as aulas”, salienta.
Incógnita
Os estabelecimentos estão fechados desde 23 de março por causa da quarentena, renovada até 23 de agosto. Atualmente, Fernandópolis encontra-se na fase laranja, a segunda da escala de cinco estágios que rege a reabertura das atividades econômicas presenciais no Estado levando em conta critérios como mortes e internações decorrentes da Covid-19 e ocupação de leitos de UTI.
O Estado de São Paulo acumula, até o fechamento da matéria, o registro de 24,4 mil óbitos pelo novo coronavírus. A volta opcional em setembro e oficial em outubro é uma tentativa de equacionar as pressões contrárias e favoráveis à reabertura.
Protocolo
O protocolo prevê reinício das aulas com medidas obrigatórias de higiene. As máscaras e o distanciamento serão obrigatórios, e instituições deverão providenciar álcool em gel. As escolas também vão precisar organizar os horários de entrada e saída para evitar aglomerações.
Maína avalia que não há menor condição de sua filha voltar ao ambiente escolar