Breno Guarnieri

A pandemia do novo coronavírus trouxe aos fernandopolenses uma série de limitações e a necessidade de escolher o que é prioridade no momento. Neste novo contexto, com vagas de emprego e estágio sendo fechadas, e o orçamento doméstico mais apertado, universitários de faculdades da rede privada estão sendo obrigados a “trancar” o curso superior.

Foi o que aconteceu com Amanda Oliveira, 22 anos, que teve de “trancar” a faculdade de Letras no primeiro período. O motivo? Ela foi dispensada do estágio que fazia em uma escola particular, pois a instituição de ensino teve que suspender as aulas presenciais devido à pandemia. "Eu pagava as mensalidades da faculdade com o dinheiro do estágio. Agora, sem o estágio tive que interromper os meus estudos e procurar um emprego em tempo integral para ajudar no orçamento de casa”, salientou a jovem.

Pedro Henrique Nogueira, 23 anos, conta que a própria faculdade chegou a entrar em contato com ele, oferecendo diversas formas de pagamento, quando a direção ficou ciente de que ele não retornaria, neste segundo semestre, para o curso de Administração. "Eu acredito que eles (direção) fizeram de tudo para eu permanecer no curso, porém, realmente eu não tenho condições neste momento, em meio à pandemia, de permanecer no curso. Eu perdi o meu emprego. Estou tendo ajuda financeira dos meus pais. Espero que ano que vem, se tudo normalizar, eu volte à faculdade”, destacou Pedro, que estava no segundo ano do curso. 

Leonardo Carvalho, 19 anos, também “trancou” a faculdade. Ele cursava Farmácia em rede particular. "Estava no segundo semestre, pagando o curso com dificuldade, pois estava sem emprego, porém, na expectativa de ser contratado. Com a pandemia a promessa do emprego precisou ser adiada junto com o curso. Fiquei chateado e achei que somente as aulas online não seriam o suficiente para adquirir conhecimento. Então optei por ‘trancar’ o curso”, comentou.

FASE LARANJA

A suspensão das aulas atende ao decreto estadual que suspendeu atividades presenciais em escolas e universidades, como medida para conter a propagação da Covid-19. Atualmente, Fernandópolis encontra-se na fase laranja, a segunda da escala de cinco estágios que rege a reabertura das atividades econômicas presenciais no Estado levando em conta critérios como mortes e internações decorrentes do coronavírus e ocupação de leitos de UTI.

Salas vazias: a suspensão das aulas atende ao decreto estadual que suspendeu atividades presenciais em instituições de ensino