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Tabus, marcas e novidades movem as eleições deste ano em Fernandópolis
Tabus, marcas e novidades movem as eleições deste ano em Fernandópolis
Reeleição, estreantes e velhos nomes: as igualdades e diferenças entre as eleições no município
Reeleição, estreantes e velhos nomes: as igualdades e diferenças entre as eleições no município
Gustavo Jesus
Um velho ensinamento histórico e daqueles que trabalham com campanhas políticas diz que cada eleição conta a história de si própria. Ainda que obviamente um pleito influencie no outro em alguns aspectos, a cada quatro anos munícipes escrevem uma nova página para a cidade.
Fernandópolis criou ao longo dos últimos anos um fantasma que, para muitos, é o responsável pelo progresso abaixo dos anseios da população – sobretudo em comparação com a vizinha Votuporanga. A falta de continuidade das gestões.
Não bastasse o fato que nenhum prefeito se reelegeu no município desde quando a recondução é permitida por lei – a primeira chance de reeleição foi em 2000, com Armando Farinazzo -, nos primeiros oito anos deste século quatro prefeitos ocuparam a cadeira de chefe do Executivo.
MANDATOS FRAGMENTADOS
Em decorrência da morte de Newton Camargo, Adílson Campos assumiu a Prefeitura ainda no segundo ano de mandato, em 2002. Pelo mesmo motivo Ana Bim assumiu o Executivo em 2006, desta vez com o falecimento de Rui Okuma. Todas essas transições não ocorreram tranquilamente, causando traumas e rompimento de projetos.
Desde então todos os prefeitos terminaram seus mandatos, com alternância entre Luiz Vilar (2009-2012), novamente Ana Bim (2013-2016) e agora André Pessuto (de 2017 até os dias de hoje).
Os sete mandatos em 20 anos, como visto acima, são fruto de causas além do alcance de todos nós – os falecimentos -, mas também da falta de capacidade política para conseguir a reeleição.
Pessuto tenta pela primeira vez quebrar esta barreira. Segundo profundos conhecedores dos bastidores da política local, tudo indica que esta é a eleição com mais chance de recondução do atual prefeito a cadeira de chefe de Executivo no Palácio 22 de Maio.
SIMILARIDADES
Com a escolha de Avenor Bim para vice do advogado Henri Dias a família Bim emplaca a quinta eleição seguida com um nome formando uma coligação na majoritária. Nos últimos três pleitos a ex-prefeita Ana Bim esteve na cabeça de chapa, com uma vitória e duas derrotas. Em 2004 ela foi vice de Okuma.
Partido do atual prefeito, o DEM também marca presença constante com candidaturas ao Executivo em Fernandópolis. Desde a eleição de 2000 – concorrendo ainda como PFL -, o Democratas ficou de fora da eleição majoritária apenas em 2004.
Após um hiato de 12 anos sem aparecer num chapa de prefeito/vice, o PSDB, que muitos contavam como coadjuvante nas eleições deste ano, voltou a ter certo protagonismo com a indicação de Artur Watson como vice de André.
ESTREANTES
Apesar do clã Bim ser veterano em eleições, é a primeira vez que o médico Avenor Bim entra em uma disputa. Contando que em 2016 Henri Dias foi candidato a vice de Ana Bim e agora é o cabeça de chapa, são cinco estreantes – além da dobradinha entre Renato Colombano e Simone da Afada -, nas disputas majoritárias este ano. Apenas Pessuto já passou pela experiência de ser candidato a prefeito.
Desde 2008 uma eleição não possuía dois estreantes na disputa pela Prefeitura. Contando que um desses nomes era a então prefeita Ana Bim – o outro era Carlos Lima -, essa é a eleição com mais caras novas desde 1992 quando houve sete candidatos.
Os únicos estreantes a passarem dos 10 mil votos em eleições municipais foram o empresário Santa Rosa, que teve 10.877 sufrágios a seu favor em 2004 e o atual prefeito André Pessuto, eleitos com 15.980 votos. Na geral, a votação dos estreantes é decepcionante.