Gustavo Jesus

A disputa que se deslumbrava pela presidência da ACIF - Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis -, durou apenas algumas horas durante a tarde de terça-feira, 12.

Isso porque após declarar para apoiadores que desistiria da eleição caso a chapa adversária fosse registrada, o empresário Saulo Marin, proprietário da papelaria Bom Jesus, foi demovido da ideia pelos seus apoiadores e declarou que teria eleição.

Do outro lado, o empresário Luís Carlos Rodrigues, dono de diversos empreendimentos no município, retirou a sua candidatura e não apresentou chapa para concorrer no pleito do dia 26 de janeiro.

Segundo Rodrigues, houve uma manobra para que ele não montasse sua chapa. "O estopim foi ontem [terça-feira], quando me telefonaram e anunciaram que 'iriam para a eleição'. Neste momento tive a certeza que a situação foi empurrada para que a minha chapa não fosse registrada no dia 15 ", pontuou. [veja mais no box]

Até a manhã de terça-feira, Marin, em conversas com membros da possível diretoria, cogitava deixar a disputa caso o grupo adversário formasse chapa completa. Segundo pessoas que conversaram com o empresário, ele não queria criar celeumas com os componentes da outra chapa.

CRÍTICAS À INSTITUIÇÃO

Rodrigues, que é associado da ACIF há 30 anos, creditou a tentativa de formação de uma chapa - do qual ele foi convidado a participar -, pela insatisfação dos associados com a instituição. "A chapa foi formada porque diversos comerciantes me procuraram insatisfeitos com a atuação da ACIF. A associação por diversas vezes, como no aumento do ISS que foi feito recentemente, se omitiu em defender o seu associado. Essa falta de representatividade, e até de dinamismo nas ações da ACIF culminaram numa chapa de oposição inédita".

"Espero que essa situação sirva de lição para a nova diretoria e os funcionários da ACIF de que existe um descontentamento dos seus associados. Essa é mais uma oportunidade para que a associação volte a trabalhar pelo comerciante como ela fazia em outros tempos".

ACIF RESPONDE

A associação se manifestou após as críticas de Rodrigues, garantindo que foi garantido um processo eleitoral igualitário para as duas chapas "Tantoo presidente da ACIF, como os demais cargos da diretoria executiva, são eleitos pelos votos dos próprios associados. Qualquer associado que preencha os requisitos previstos no Estatuto Social da entidade, portanto, pode 'montar' uma chapa e se candidatar a presidência. É exatamente desta forma que vem ocorrendo no presente pleito para o biênio 2021 a 2023, cuja eleição está marcada para acontecer no próximo dia 26 de janeiro", disse trecho da nota.

"Tanto a um pré-candidato como a outro foram dadas todas as orientações administrativas e jurídicas, auxílios, modelos, sempre com pronto atendimento para com ambos, inclusive, sendo esse o pedido feito aos funcionários da ACIF e aos diretores, pelo atual Presidente Mateus Morales, em Reunião da Diretoria Executiva, quando comunicou a possibilidade de se ter disputa eleitoral, por conta de haver notícia de dois pré-candidatos a presidência".

ELEIÇÃO

A eleição está prevista para o dia 26 de janeiro e deve reunir cerca de 500 associados aptos ao voto. Pode votar quem estiver em dia com as mensalidades e ter entrado no parte do quadro associativo até o dia 26 de julho de 2020. O mandato do próximo mandatário vai de fevereiro de 2021 até janeiro de 2023.

Empresário retira candidatura à presidência da ACIF: "não gostei da forma como as coisas foram conduzidas"

O empresário Luís Carlos Rodrigues, que retirou a sua candidatura, explicou para a reportagem os motivos de sua desistência. "Depois de algumas reuniões o grupo da situação me chamou para que houvesse uma composição. Me falaram que havia a perspectiva do presidente da outra chapa abrir mão da sua candidatura e assim integrarmos um único grupo", disse Luís Carlos.

Segundo o empresário, a situação foi se estendendo, o que lhe causou estranheza. "Entraram em contato comigo algumas vezes depois dessa conversa, sempre pedindo para esperar a possível desistência da outra chapa. Passou algum tempo e eu percebi que as coisas estavam se alongando para possivelmente prejudicar a inscrição da minha chapa".

"O estopim foi ontem [terça-feira], quando me telefonaram e anunciaram que 'iriam para a eleição'. Neste momento tive a certeza que a situação foi empurrada para que a minha chapa não fosse registrada no dia 15. A partir deste momento eu decidi por retirar minha candidatura, já que fiquei insatisfeito com a forma que as coisas foram conduzidas", pontuou Luís Carlos.

Luís Carlos Rodrigues é empresário e associado à ACIF há 30 anos