PANDEMIA
Com pandemia, número de visitantes de Olímpia cai 60% em 2020
Com pandemia, número de visitantes de Olímpia cai 60% em 2020
Foram 1,1 milhão de visitantes em 2020 contra 2,9 milhões em 2019. Prefeitura vê com preocupação a queda, motivada pela pandemia
Foram 1,1 milhão de visitantes em 2020 contra 2,9 milhões em 2019. Prefeitura vê com preocupação a queda, motivada pela pandemia
Da Redação
Um dos setores mais impactados pela pandemia do coronavírus, o turismo sentiu e ainda vem sentindo os efeitos das medidas de restrições em decorrência da quarentena do Plano São Paulo. Em Olímpia, por exemplo, o número de visitantes caiu 60% no ano passado em relação a 2019, de acordo com dados divulgados pela Prefeitura Municipal, que considera para o levantamento o número de leitos ocupados em hotéis, flats, pousadas, resorts e casas de temporada, que passaram a ser regularizadas em 2020. Atualmente, de acordo com a prefeitura, a cidade possui 26 mil leitos voltados ao turismo.
Foram 1.185.574 pessoas que visitaram estabelecimentos de turismo na cidade no ano passado, contra 2.981.866 no ano anterior, 1,7 milhão a menos. Em relação à média de ocupação anual, que analisa os números de leitos ocupados considerando a oferta do ano, em 2020, 39,8% dos leitos foram ocupados, contra 46,4% no ano anterior.
A queda no número de visitantes acontece após um aumento em dois anos consecutivos. Em 2017, o município recebeu 2.050.740 visitantes, quantidade que subiu para 2.645.603 em 2018. No entanto, a média de ocupação anual já vinha caindo, devido a maior oferta de leitos com novos estabelecimentos e ampliações. Em 2017, a média de ocupação anual foi de 55,6%, número que caiu para 54,1% em 2018.
Segundo a Prefeitura de Olímpia, a queda de visitação no ano passado se deu pela situação de emergência declarada pelo município, que suspendeu as atividades para fins turísticos como os parques, em 23 de março, e retornou apenas em 1º de outubro, porém com 40% da capacidade. Ainda de acordo com a prefeitura, a hotelaria, que voltou a operar para fins turísticos em julho, seguindo um plano de retomada, atualmente se encontra operando com 75% da capacidade.
No Wyndham Olímpia, por exemplo, a ocupação da hotelaria do resort, que conta com 960 apartamentos, tem flutuado conforme as restrições das fases do Plano São Paulo, respeitando as orientações. De acordo com Nilton Camillo, gerente do estabelecimento, o número de vagas e o faturamento nesta fase atual de segunda onda de contaminação voltaram a cair, principalmente se comparados com o mesmo período no ano passado.
No entanto, o resort afirmou estar dentro das previsões orçamentárias para o momento, assim como os resultados de 2020, que fechou, segundo o profissional, dentro das estimativas de retomada. No Enjoy Olímpia Park Resort, a queda na atual fase fez com que o faturamento de janeiro deste ano fosse 40% menor do que o mesmo período do ano passado.
Segundo Carlos Dias, gerente-geral do estabelecimento, o hotel, que está atuando com capacidade de 50% da ocupação e número de funcionários reduzidos, desenvolveu o protocolo "Fun and Safe", que compila medidas de saúde e segurança em decorrência da Covid e respeita o intervalo mínimo de 24 horas entre ocupações nos apartamentos.
Nas tradicionais pousadas, a situação de ocupação dos leitos é semelhante. De acordo com Idney Favero, proprietário da Pousada Beco da Lua, a ocupação média anual do estabelecimento foi de 40,2% em 2020, contra 52,9% do ano anterior, mesma proporção da queda do faturamento, que também foi impulsionada pela menor receita no setor de alimentos e bebidas.
Com os parques fechados, o proprietário do espaço conta ter aproveitado para investir na área de lazer e na capacidade dos trocadores de calor, para que as piscinas tenham uma temperatura das piscinas semelhantes a dos parques.
Para enfrentar a crise, Favero recorreu a programas de apoio do governo federal e precisou reduzir custos fixos e organizar planejamento financeiro, gestão fiscal e automatização de processos, como o investimento em novos softwares de gestão e treinamento de colaboradores para se adaptar ao momento de pandemia.
'Situação é preocupante'
Para a secretária municipal de Planejamento e Finanças de Olímpia, Mary Brito, a queda na média de ocupação anual de leitos é preocupante, uma vez que toda uma cadeia de serviços depende diretamente do turismo, embora haja preocupação com a Saúde Pública e a necessidade de seguir as diretrizes do Plano São Paulo.
Diante disso, ela ressaltou que em 2020, a prefeitura prorrogou o prazo de pagamento da Taxa de Licença e todos os parcelamentos de IPTU, ISSQN, Multas, Taxas e outros, por 90 dias, sem o acréscimo de juros para contribuir com os empresários do ramo.
"Além disso, estabelecemos a retomada escalonada da ocupação da rede hoteleira e reabertura dos parques. Também exercemos o papel social, oferecendo não só aos empregados do setor como a todos os moradores o auxílio da Assistência Social no sentido de garantir a subsistência das famílias", afirmou Brito, que disse que neste ano, até o momento, ainda não foi necessário tomar nenhuma medida econômica.
"Estamos priorizando as atenções à Saúde, com leitos, insumos, equipamentos e pessoal para que não tenhamos nenhum risco de colapso nesta área e possamos atender tanto o munícipe quanto turistas que estejam na cidade", comentou a secretária.
Em relação à retomada econômica, Brito destacou que ainda vivemos um momento delicado e que por enquanto, a prefeitura segue monitorando a situação para definir novas medidas. Por outro lado, há, segundo ela, uma expectativa positiva para o retorno total das atividades em meados de julho, com o avanço da vacinação.
A secretária também ressaltou que o município conta com o forte potencial e com os investimentos da iniciativa privada, como dois grandes resorts e dois novos empreendimentos de lazer que estão em construção na cidade, com previsão de entrega para ainda este ano, o que irá ampliar a capacidade hoteleira e a geração de emprego no município.
Brito também lembrou que a queda de leitos e da atividade hoteleira, bem como a suspensão do uso dos parques aquáticos, afetou diretamente a arrecadação do ISSQN, além de afetar os níveis de desemprego na cidade.
2017
2018
2019
2020*
*Observação: Segundo a secretaria de Cultura de Olímpia, a visitação de 2020 ficou comprometida devido à pandemia da Covid-19, na qual o município, em declarada Situação de Emergência, suspendeu as atividades para fins turísticos como os parques.