ABUSO

Filha de médium preso por suspeita de estupro diz também ter sido abusada

Filha de médium preso por suspeita de estupro diz também ter sido abusada

Paulo Roberto Roveroni, conhecido como 'Paulinho de Deus', teve prisão preventiva decretada

Paulo Roberto Roveroni, conhecido como 'Paulinho de Deus', teve prisão preventiva decretada

Publicada há 3 anos

Paulo Roberto Roveroni foi preso em Catanduva  — Foto: Reprodução/TV TEM Paulo Roberto Roveroni foi preso em Catanduva - Foto: Reprodução/TV TEM

Da Redação/Uol

"Ele é um monstro e merece estar preso. Só Deus sabe o inferno que passei dentro de casa e todos os traumas que carrego até hoje devido aos abusos. Foi terrível conviver com ele todos aqueles anos."

O desabafo é da filha do médium e diretor da Associação Espírita Beneficente Paulo de Tarso, Paulo Roberto Roveroni, conhecido como Paulinho de Deus, que foi preso preventivamente suspeito de estupro de vulnerável, em Catanduva (SP), cidade a 390 km de São Paulo. A prisão aconteceu na quinta-feira (4) em cumprimento de mandado de prisão com base em um inquérito policial da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). A pedido da jovem, o nome dela será preservado.

A filha do médium, hoje com 38 anos, é uma das três mulheres que procuraram a polícia para denunciar os supostos abusos cometidos por Paulinho de Deus. As outras denunciantes são uma ex-enteada do médium, de 25 anos, e uma mulher que frequentava o a associação espírita a qual Paulinho de Deus comandava no interior paulista.

Segundo relatos da filha, os abusos aconteciam na casa da família e começaram quando ela tinha apenas 11 anos.

"Toda as vezes que ele tinha a oportunidade de ficar sozinho comigo em casa, ele tentava me molestar de alguma forma. Lembro-me que ele perguntava se eu tinha algum namoradinho na escola e dizia que iria me ensinar a beijar e a fazer outras coisas. Ele me forçava a beijá-lo e a tocar o corpo dele", conta a filha.

A filha ainda relata que as perseguições aconteciam principalmente quando a mãe não estava na residência. Por diversas vezes o médium teria insistido para ajudá-la a tomar banho e costumava ficava observando a filhas nesses momentos. À noite, mesmo com a presença da genitora, Paulinho de Deus também teria cometido alguns abusos ao tocar, algumas vezes, o corpo da jovem enquanto ela dormia no quarto ao lado ao dos pais.

"Ele dizia que iria me ensinar a tomar banho, e mesmo eu me opondo a essas atitudes, ele insistia. Quando eu estava dormindo, ele tocava as minhas partes intimas. Me lembro uma vez que estava na cozinha lavando louça, ele me encurralou na pia e começou a esfregar o órgão genital dele em mim", acrescenta a filha.

A mulher afirma ainda que, logo que os abusos sexuais começaram, tentou alertar a mãe, que não teria acreditado em seus relatos. Os abusos teriam continuado até a filha completar 16 anos, época em que os pais se separaram e passaram a morar em casas separadas.

"Anos mais tarde, ela (mãe) me contou que, na época, chegou a conversar e a pedir conselhos para algumas pessoas do centro espírita, mas todas desacreditaram do que eu falava, diziam que era amor de pai e eu estaria fantasiando a situação", recorda a filha.

Há três anos, a filha do médium deixou o Brasil para morar na Itália. Mesmo longe do pai e sem ter contato com ele, a mulher acompanha a repercussão do caso.

"Ele preso é sentir que um pouco que a justiça está sendo feita porque esse tipo de coisa não se faz com criança ou com uma mulher", desabafa a filha.

Outro lado

A associação espírita Paulo de Tarso informa que, em toda e qualquer irregularidade que envolva a instituição ou seus colaboradores, serão averiguados todos os fatos e provas para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

Eventuais acusações infundadas ou falsas contra a instituição serão provadas nos autos do processo que tramita em segredo de justiça através de documentos e testemunhas.


Fonte: www.uol.com.br

últimas