Se você folhear as páginas da história econômica recente de Fernandópolis, verá que a cidade, nas décadas de 60 e 70, tinha um Parque Industrial invejável. Isso porque seria possível encontrar por aqui indústrias de bebidas, indústria farmacêutica de produção de soro, fábrica de óleo alimentício, forte indústria de transformadores elétricos, indústria de tanino, grandes fábricas de móveis, indústria de massas alimentícias, as duas maiores usinas multinacionais de beneficiamento de algodão, metalúrgicas de ferragens elétricas, metalúrgicas de cadeiras, fábricas de doces e uma das maiores indústrias agro do estado de São Paulo, a Coprasa, que depois virou Cobral, que industrializava mandioca, milho, algodão, café e arroz. Em época de safras, na década de 60, não era difícil ver filas de caminhões de outros estados para descarregarem produtos agros na Coprasa. Posteriormente, surge a indústria frigorífica, que teve também importante peso na produção industrial da cidade. Esses são alguns exemplos de um período industrial que ocorreu em Fernandópolis, o que lhe concedeu um invejável PIB industrial, que, com certeza, a destacava em toda a região noroeste paulista, nesse quesito.
O tempo passou, a cana-de-açúcar chegou e acabou com o café, milho, algodão, arroz, e outros produtos agros. Tudo isso faz parte de um ciclo econômico que já se foi, e agora temos outro cenário.
Nas décadas de 70 e 80, a cidade buscou fortalecer seu processo industrial, a partir do lançamento dos PRODEI – Programa de Desenvolvimento Industrial, criando os Parques Industriais, possibilitando que inúmeras indústrias se instalassem e até mesmo se expandissem, com a obtenção de incentivos e doações de áreas para essas indústrias.
Com grande empenho dos prefeitos anteriores, hoje Fernandópolis tem seis Parques Industriais, sendo que o último ainda está sem infraestrutura e sem destinações de projetos de instalações industriais.
O repique de várias crises econômicas nacionais e internacionais, a guerra fiscal dos estados e entre os próprios municípios, acabou provocando perdas de várias indústrias de Fernandópolis para outros estados e cidades. Tais fatores, somados a outros de ordem política - e aqui entra a questão da falta de pacificação política entre os grupos que entram e os que saem do comando do governo municipal -, fizeram com que um “vazio” nas políticas de incentivos municipais ao processo de industrialização da cidade fosse, infelizmente, criado, causando um processo de desindustrialização da economia de Fernandópolis, comprometendo a renda e o emprego de sua população, desestimulando os jovens de formação técnica a permanecerem aqui diante da falta de oportunidades profissionais mais nobres.
Além disso, outras consequências podem ser observadas, tais como inibições nos índices demográficos, crescimento populacional pífio, proporcionando um segundo nível de impactos desfavoráveis indiretos como o faturamento do comércio e dos demais setores, derrubando o PIB de Fernandópolis, desestimulando o crescimento do IVA – Índice de Valor Agregado, da sua economia, gerando menores repasses de fundos da esfera federal para as receitas orçamentárias do município, juntamente com menor rateio também do FPM, derrubando o crescimento do repasse de ICMS, por parte do estado, deixando a própria PM de Fernandópolis mais pobre.