Nível do rio Grande, entre Icém e Fronteira (MG), está baixo: volume do reservatório da usina chegou a 6,3% - Guilherme Baffi
Da Redação/Diário da Região
A Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA) decretou "situação crítica de escassez dos recursos hídricos da Região Hidrográfica do Paraná" até 30 de novembro de 2021. A medida foi publicada no diário oficial da união no dia 1º de junho. Os reservatórios na região de Rio Preto da usina de Água Vermelha - entre Ouroeste e Iturama (MG) - e da usina hidrelétrica de Marimbondo - entre Icém e Fronteira (MG) -, ambos formados pelo rio Grande, compõem o sistema.
Os reservatórios estão operando com o menor nível do Brasil, segundo dados da ANA e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No mês passado, atingiram o menor índice desde 1999. A usina de Marimbondo no dia 1º de maio estava operando com 12,55% - nesta semana chegou a 6,3%. Já a usina de Água Vermelha, em maio, estava operando com 13,23%, e, no início deste mês, 8,94%. Quanto aos volumes armazenados nos reservatórios, em 1º de maio, sete dos 14 principais reservatórios de hidrelétricas do sistema estavam com seu pior nível desde 1999. E os demais estavam com níveis entre os cinco piores desse período.
O posicionamento da ANA reconhece a situação crítica de escassez quantitativa de recursos hídricos e busca subsidiar a adoção de medidas temporárias para assegurar o abastecimento de água e buscar a segurança hídrica. "Após a análise de cada situação, poderão ser adotadas medidas, como regras de operação temporárias para os reservatórios para a preservação dos seus volumes. Num primeiro momento, a necessidade de restrições para usos consuntivos (que consomem água), como a irrigação e o abastecimento humano, não é vislumbrada", consta em nota emitida pela agência.
O órgão federal alerta sobre possível falta de água devido a estiagem registrada no período. Em maio, o Diário esteve no reservatório da usina de Marimbondo e mostrou a mudança da paisagem daquela região, com o surgimento de pedras que geralmente ficam debaixo d'água.
O Monitor de Secas aponta que Rio Preto e cidades do entorno vivem período de seca extrema. Já parte da região, incluindo cidades como Votuporanga, Fernandópolis e Jales, está em seca excepcional.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) também assinaram um alerta de emergência hídrica pela primeira vez em função das previsões de chuvas próximo ou abaixo da média entre maio e setembro deste ano. "Além disso, a Região Hidrográfica do Paraná passa por um déficit de precipitações severo desde outubro de 2019, segundo o SNM, e os mapas do Monitor de Secas", consta na nota.
Mesmo com o atual cenário, a avaliação dos órgãos federais é de que não falte água para o abastecimento da população ou sistema de irrigação. "Isso porque as vazões, ainda que mais baixas, serão suficientes para atender a esses usos em termos de quantidade de água. No entanto, poderão ser necessárias adaptações nas estruturas de captação de água para se adaptarem ao nível, que poderá ficar mais baixo", consta em nota da ANA.
Com relação à geração hidrelétrica, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) já reconheceu em sua 248ª Reunião Extraordinária, em 27 de maio, o risco de comprometimento da geração elétrica para atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Crise hídrica
Níveis de reservatórios
Marimbondo (Icém)
Em 1º/5: 12,55% - o pior para a data desde 1999
Em 1º/6: 6,3%
Água Vermelha (Ouroeste)
Em 1º/5: 13,23% - o pior para a data desde 1999
Em 1º/6: 8,94%
Fonte: ANA e ONS
Fonte: www.diariodaregiao.com.br