Bumba Meu Boi da Floresta - Foto: Reprodução
Da Redação
A confraternização da cultura brasileira será realizada de forma online, neste ano, com o 57º Festival do Folclore de Olímpia – Edição Híbrida. A programação, de 11 a 15 de agosto, contará com apresentações gravadas de grupos já conhecidos e inéditos, além de transmissões ao vivo dos grupos parafolclóricos de Olímpia. Ao todo, serão 34 grupos folclóricos e parafolclóricos, de 12 estados brasileiros, representando as cinco regiões do país, sendo 14 grupos de outras localidades e 20 de Olímpia.
A viagem pelo Brasil começa pela Região Norte com o Pará, que terá a participação dos já conhecidos grupos parafolclóricos Sabor Marajoara e Frutos do Pará, este último o homenageado do Fefol deste ano. Ambos são de Belém do Pará e têm grande ligação com o festival de Olímpia. O Sabor Marajoara, fundado em 1989, por Paulo Parente e Alexandre Monteiro, com o incentivo do Professor José Sant’anna, tem o objetivo de preservar e estimular o interesse pelas tradições paraenses. O mesmo propósito do Frutos, que preserva a tradição da cultura do Pará e é considerado um dos mais importantes grupos do Estado.
Chegando à Região Nordeste, cinco estados brasileiros estarão representados no 57º Fefol. Do Maranhão, o Bumba Meu Boi da Floresta de Mestre Apolônio, de São Luís, participará pela primeira vez do festival e trará o ritmo dos bois da região da Baixada Maranhense. Fundado em 1972, por Apolônio Melônio, o grupo conta com 150 componentes e tem como característica a vestimenta com chapéus bordados, enfeitados de pena de ema, o personagem do cazumba e um ritmo mais cadenciado e lento.
Do Ceará, o Grupo Parafolclórico Terra da Luz, de Fortaleza, perpetua, por mais um ano, os valores culturais do povo e desperta nos jovens o amor pelas tradições. Fundado pelo professor Francisco da Silva de Freitas (in memoriam), o grupo abrilhantará mais uma edição do festival de Olímpia, resgatando a cultura nordestina.
Pernambuco também estará presente no 57º Fefol com o Papanguarte Balé Popular de Bezerros. Fundado em 1997, por Carlos Marques, o grupo é formado por estudantes e professores da rede municipal, estadual e particular do município, com o propósito de resgatar e valorizar as danças e folguedos populares da terra do papangu (Bezerros) e também de Pernambuco. O nome Papanguarte vem da união das duas palavras: papangu (mascarados que saem pela cidade no período carnavalesco) e arte. No período carnavalesco, os mascarados saboreiam a deliciosa comida típica do nordeste: o angu, surgindo assim, a figura folclórica do papa angu.
Já o Estado de Alagoas será representado pelo Grupo Coco de Roda Xique Xique, de Maceió, considerado referência no Estado. O grupo, fundado em 2000, para animar a festa de Santo Antônio padroeiro da comunidade do Bairro do Jacintinho, na capital alagoana, tem mais de 90 integrantes e é o maior campeão dos Festivais de Coco de Roda Alagoano com sete títulos de concursos estaduais.
Fechando a participação nordestina, temos o Estado de Sergipe, que contará com apresentações de dois grupos bastante conhecidos do festival. Um deles é o Batalhão de Bacamarteiros, de Carmópolis, que surgiu por volta de 1780 nos engenhos de cana de açúcar da região do Vale do Cotinguiba. De origem africana e com mais de 200 anos de tradição, o grupo até hoje produz seus próprios instrumentos e tem em sua essência a dança de roda e o cancioneiro em versos de improviso. A musicalidade e o ritmo contagiante encantam todos que assistem às apresentações pelo país.
O outro grupo folclórico sergipano é o Parafusos, de Lagarto, que possui mais de um século de existência, retratando a história dos negros escravos que fugiam dos engenhos disfarçados com as anáguas das sinhazinhas para praticar furtos e fazendo assombração. Quando foram alforriados, dançavam com as vestimentas fazendo um movimento de torcer e distorcer, sendo batizados pelo Padre José Saraiva Salomão de “parafusos”.
O centro-oeste brasileiro estará representado pelo Grupo de Siriri Flor de Atalaia, da capital, Cuiabá, cujas danças são alegres e convidativas, com movimentos dinâmicos. O grupo difunde a cultura popular cuiabana, tendo como principais instrumentos a viola de cocho, o mocho e o ganzá.
Já o Sul do país fortalecerá sua identidade cultural com dois Estados. Diretamente do Rio Grande do Sul, o Grupo de Tradição e Cultura – GTC 20 de Setembro, de Xangri-Lá, fundado em 1985, deixará sua marca de preservação da cultura gaúcha, sendo o grupo gaúcho que há mais tempo participa do Fefol. De Santa Catarina, o festival terá o encantamento da Associação Folclórica Boi de Mamão do Pantanal, de Florianópolis, que retrata a tradicional história da morte e ressurreição do boi, um clássico da cultura catarinense, que conta ainda com personagens folclóricos como a cabra, a Bernunça, o bode e a Maricota.
Contemplando todas as regiões brasileiras, o Sudeste terá a participação de 3 Estados. A cultura de Minas Gerais será representada pela apresentação inédita da Comunidade Quilombola dos Arturos, de Contagem, que preserva a tradição da cultura negra brasileira, a dança do Batuque, a Folia de Reis, com sua guardas de Congo e o Moçambique, tradições das celebrações do Reinado de Nossa Senhora do Rosário. O Espírito Santo estará com a alegria da Banda de Congo Beatos de São Benedito, que faz parte da Associação Cultural Esportiva e Recreativa Beatos do Espírito Santo, cujo presidente é o Mestre Naio. O Congo é considerado Patrimônio Imaterial Cultural de Vila Velha e o grupo valoriza esta tradição e realiza um trabalho cultural e social, com pessoas portadoras de necessidades especiais e adolescentes e idosos em vulnerabilidade, fortalecendo a devoção e louvor a São Benedito.
Por fim, São Paulo terá o tradicional Fandango de Tamancos Cuitelo, de Ribeirão Grande, que participa do FEFOL desde a primeira edição, em 1965, e encanta a todos com a dança sapateada e palmeada ao som de violas e gaitas, que, com o passar do tempo, ainda ganhou grandes traços da cultura caipira. Além disso, o Estado vem com a forte representação dos grupos de Olímpia, sendo 12 Folias de Reis (Cia de Reis Estrela da Guia, Estrela da Paz, Família Miranda, Fernandes, Lapinha de Belém, Magos do Oriente, Mensageiros da Paz, Os Filhos de Maria, Os Mensageiros de Santos Reis, Cia de Reis Santos, Os Viajantes de Belém e Os Visitantes de Belém), os grupos Terno de Moçambique São Benedito, Terno de Congada Chapéu de Fitas, Moçambique Nossa Senhora do Rosário, Recomendação das Almas e Grupo Folclórico de Danças Afro Brasileiras e Capoeira, além dos parafolclóricos GODAP (Grupo Olimpiense de Danças Parafolclóricas “Cidade Menina Moça”), Frutos da Terra e Associação Cultural Anástasis Artes Cênicas & Solidariedade, sendo estes três farão apresentações ao vivo, mas sem a presença de público.
O FEFOL Digital será transmitido todas as noites, de 11 a 15 de agosto, na Página Oficial do Festival do Folclore de Olímpia no Facebook e no Canal do Youtube. O evento é uma realização da Prefeitura, por meio da secretaria de Turismo e Cultura, em parceria com a Associação Olímpia para Todos.
Mais informações:
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Fonte: www.olimpia.sp.gov.br