DINOSSAUROS

Prof. Cadu comemora publicação do 7º artigo em revista científica internacional

Prof. Cadu comemora publicação do 7º artigo em revista científica internacional

Pesquisa foi fomentada pela Fundação CAPES e leva o nome de Fernandópolis para o mundo

Pesquisa foi fomentada pela Fundação CAPES e leva o nome de Fernandópolis para o mundo

Publicada há 2 anos

 João Leonel

Carlos Eduardo Maia de Oliveira, o Prof. Cadu, como é conhecido pelos amigos e alunos, leciona atualmente Biologia e Geologia do Instituto Federal de São Paulo, Câmpus Votuporanga.

E o “caçador de dinossauros” não está sozinho na comemoração pela publicação do 7º artigo científico em revista internacional. Nada menos do que o 4º artigo nos últimos 14 meses.

Prof. Cadu, Rodrigo Miloni Santucci (professor de Paleontologia da UnB, de Brasília), Marco Brandalise de Andrade (professor de Paleontologia da PUC do Rio Grande do Sul) e Daniel Martins dos Santos (Doutorando em Zoologia pela UnB, Brasília), são responsáveis pela descoberta, análise e descrição de um fóssil de crocodilo pré-histórico de 80 milhões de anos (Baurussuquídeo), encontrado em Fernandópolis, próximo ao córrego Jagora.

“Trata-se de um indivíduo juvenil, era um crocodilo diferente dos atuais, pois tinha pernas alongadas, olhos lateralizados na cabeça e narinas na ponta do rostro (cara). Tinha hábitos terrestres e não semiaquáticos, como os atuais jacarés e crocodilos. Viveu na época dos dinossauros, período Cretáceo Superior”, explica Cadu.

A descoberta é fruto de pesquisa fomentada pela CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, fundação vinculada ao Ministério da Educação.

 A PUBLICAÇÃO

A editora da revista “Historical Biology – An International Journal of Paleobiology” tem sede no Reino Unido e pertence a Taylor & Francis Group, fundado em 1852. 

O título da publicação é “Um baurusuchid com um ano (Mesoeucrocodylia, Crocodyliformes), da Formação Adamantina, Grupo Bauru, Cretáceo Superior do Brasil”; no original, em inglês: “A baurusuchid yearling (Mesoeucrocodylia, Crocodyliformes), from the Adamantina Formation, Bauru Group, Upper Cretaceous of Brazil”.

No artigo, publicado no último domingo (19), foi descrito, pela primeira vez, o material esquelético de um pequeno crocodilo pré-histórico do grupo notosuchia com idade estimada de um ano na época de sua morte (que ocorreu há incríveis 80 milhões de anos), recuperado da Formação Adamantina (rochas sedimentares da região, mais conhecida como piçarra), com características osteológicas compatíveis com uma afinidade de crocodilos baurussuquídeos (encontrados em nossa região).

Foram fornecidas e discutidas evidências osteológicas e histológicas de seu estágio ontogenético (estágio de crescimento), revelando caracteres morfológicos distintos da maioria das formas adultas, incluindo lâminas centro-parapofisárias conspícuas e quilhas ventrais desenvolvidas.

Os dados da tomografia computadorizada também permitiram a identificação de ossificação incipiente e uma nova característica ontogenética na diminuição do volume dos recessos internos frontais. Materiais semelhantes irão aumentar a compreensão da ontogenia e diversidade sobre esse grupo de crocodilos pré-históricos, segundo os pesquisadores do artigo científico.

O interessante é que essa revista científica tem alcance mundial, levando o nome de Fernandópolis para vários países e tornando a nossa cidade conhecida na área da Paleontologia, a ciência que estuda os animais e vegetais pré-históricos.

 INCANSÁVEIS

O mês de novembro de 2021 está marcado na trajetória de pesquisas científicas do Prof. Cadu. Ao lado do Prof. Dr. Rodrigo Miloni Santucci, da Universidade de Brasília, e quatro alunos de mestrado e doutorado da UnB, escavaram em área conhecida internacionalmente pela grande quantidade de fósseis.

No afloramento da região de Fernandópolis, Jales e Auriflama encontra-se a maior concentração de ninhos de crocodilos fósseis do mundo onde foram identificados mais de 23 ninhos com cascas de ovos e ovos fossilizados.

A equipe de paleontólogos encontrou em Jales, no último dia 26 de novembro, um crânio e mandíbula completos de um Baurusuchus pachecoi, espécie de crocodilo pré-histórico do período Cretáceo Superior, de 80 milhões de anos atrás.

Foram encontrados, e estão sendo analisados, elementos ósseos e dentários, garras, ovos (cascas e até exemplares inteiros), esqueletos bem preservados, coprólitos (fezes fossilizadas), osteodermos (aquelas placas dérmicas que ficam nas costas dos crocodilos e jacarés), vértebras, costelas, dentre outros elementos fósseis.

Dois dias depois, em Fernandópolis, encontram um dente enorme de crocodilo pré-histórico saindo da rocha, além de outro dente de ponta cabeça.

“Isso indica que, possivelmente, tem um crânio dentro do bloco rochoso ou talvez grande parte do esqueleto. Pelo tipo de dente, é um Baurussuquideos que viveu por aqui há 80 milhões de anos”, cravou.

Para os interessados, no Youtube, no canal “Prof. Cadu”, estão os três vídeos dessas descobertas recentes na região, além de outros vídeos sobre nascentes e mata nativa. Vale a pena conferir!

Reprodução de trechos do artigo científico publicado na “Historical Biology – An International Journal of Paleobiology”, onde Fernandópolis é referência principal no mapa que localiza a descoberta dos fósseis estudados

Prof. Cadu durante as expedições no mês de novembro, em Fernandópolis

NA PELE: Um aluno de doutorado que participou da expedição em Jales e Fernandópolis gosta tanto do crocodilo pré-histórico encontrado na região que até tatuou a imagem do crânio dele no braço

Crânio fossilizado de crocodilo pré-histórico encontrado em Jales

Dente de Baurusuchus encontrado em Fernandópolis

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