MINUTINHO
Convivência
Por: André Luiz/Chico Xavier
A vida vem de Deus; a convivência, de nós.
Os companheiros que nos partilham a experiência diária são os melhores que a Divina Sabedoria nos concede, a favor de nós mesmos.
As pessoas que nos compreendem são bênçãos que nos alimentam o ânimo de trabalhar; as que não nos entendem são testes que a vida nos oferece para aprendermos a compreender.
Nos campos da convivência é preciso saber suportar os outros para sermos suportados.
Se alguém surge como um enigma em seu caminho, isso quer dizer que você é igualmente um enigma para esse alguém.
Nunca diga que a amizade não existe; qual nos acontece, cada amigo nosso tem as suas limitações.
Se você realmente ama aqueles que lhe compartilham a estrada, ajude-os a ser livres para encontrarem a si mesmos, tal qual deseja você a independência própria para ser você.
Se você crê que franqueza rude ajuda alguém, veja o efeito da água fervente na planta.
Abençoemos, se quisermos ser abençoados.
CRÔNICA
Deus nunca erra
Por: Autoria desconhecida
Há muito tempo, num reino distante, havia um imperador que não acreditava na bondade de Deus. Porém ele tinha um súdito que sempre lhe lembrava dessa verdade e em todas as situações ressaltava a infalibilidade de Deus ao seu senhor.
Um dia, o rei, junto como toda comitiva, inclusive esse súdito, saiu para caçar nas florestas. Lá foram emboscados por animais ferozes e, durante a batalha, o rei, apesar da destreza e de todo esforço dos súditos, acabou sendo atacado e perdeu o dedo mínimo da mão direita. Furioso pelo ocorrido e sem mostrar agradecimento por ter sua vida salva pelos esforços de seus servos, perguntou àquele serviçal:
- E agora, o que você me diz? Deus é bom? Se Deus fosse bom eu não teria sido atacado e não teria perdido o meu dedo.
O servo, na sua humildade, respondeu:
- Meu rei, apesar de todas essas coisas, somente posso dizer-lhe que Deus é bom, e que mesmo isso - perder um dedo - é para seu bem. Tudo que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra!
O rei, indignado com a resposta do súdito, mandou que fosse preso na cela mais escura e mais fétida do calabouço.
Após algum tempo, ele saiu novamente para caçar e aconteceu dele ser atacado novamente. Desta vez por uma tribo de nativos que vivia na selva. Estes índios eram temidos por todos, pois se sabia que faziam sacrifícios humanos para seus deuses
Imagem: ilustração. Fonte: Rádio Globo
Mal prenderam o rei e passaram a preparar o ritual do sacrifício. Quando já estava tudo pronto, o sacerdote indígena, ao examinar a vítima, observou furioso:
- Este homem não pode ser sacrificado, pois é defeituoso! Falta-lhe um dedo!
E o rei, ao contrário de seus acompanhantes, acabou sendo libertado.
Ao voltar para o palácio, muito alegre e aliviado, libertou seu súdito e pediu que viesse em sua presença. Ao vê-lo, abraçou-o afetuosamente e foi logo dizendo:
- Meu caro, Deus foi realmente bom comigo! Escapei da morte justamente porque não tinha um dos dedos. Mas ainda tenho em meu coração uma grande dúvida: Se Deus é tão bom, por que permitiu que você fosse preso da maneira como foi? Logo você, que tanto o defendeu?
O servo sorriu e disse:
- Meu rei, se eu estivesse livre, estaria junto contigo nessa caçada, certamente seria sacrificado, pois tenho todos os dedos.