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É preciso ponderação na hora de presentear os filhos no Natal

É preciso ponderação na hora de presentear os filhos no Natal

Publicada há 7 anos



Em plena semana do Natal, você deve estar às voltas com uma lista imensa de pedidos de presentes, resolvendo o que quer ou o que pode comprar. Mas já parou para pensar no que faz seu filho feliz de verdade? Ter o brinquedo mais tecnológico do momento? O mais caro da turma inteira? Ganhar o primeiro celular, mesmo que o equipamento não seja indicado para a faixa etária dele?


Se a sua resposta foi “sim” a alguma dessas perguntas, é bom parar e reavaliar sua postura. Você pode estar valorizando coisas que ele nem considera importantes para estar feliz no dia a dia e, pior, ensinando que o consumo ocupa um lugar muito mais importante do que aquele em que deveria estar. Os pais têm de ter valores muito sólidos. Têm de entender que eles são a principal referência na vida da criança. É neles que ela vai se espelhar em primeiro lugar.


Ver uma criança feliz é muito mais simples do que muitos pais imaginam. Pesquisas revelaram que para quase 100% das crianças, o momento "muito alegre" e "alegre" é o dia do aniversário, quando são o centro das atenções e estão rodeadas pelos amigos e pela família.




Praticar esportes, brincar com os amigos, férias escolares e assistir à televisão também ganham destaque na  escala de felicidade. Os pequenos também afirmam que se sentem "muito tristes" e "tristes" quando estão longe da família. Uma data como o Natal deveria ser dedicada, simplesmente, a relembrar o seu verdadeiro significado, despertando nos pequenos sentimentos de amor, respeito e solidariedade ao próximo, com brincadeiras e compartilhamento de momentos de alegria entre pais e filhos. Os presentes, podem sim ser entregues, mas apenas como gesto simbólico e não como o centro das atenções


Eu quero! Eu quero! Eu quero!

Os números da pesquisa mostram uma realidade muito bem-vinda, mas, na prática, a criança está inserida em um universo de desejo em que basta ligar a TV para ficar exposta a uma enxurrada de propagandas que desperta nela a vontade de ter boa parte daquilo que vê. O resultado? Pedidos e mais pedidos.


Tem explicação. Até os oito anos, ainda não há a capacidade de abstração necessária para diferenciar um conteúdo publicitário de um que não é. Se, nessa idade, a criança vir uma propaganda em que seu personagem favorito transmite a ideia de que ela tem de comprar determinado produto, ela vai querer comprar. Ela é constantemente estimulada a consumir e, no geral, está mais interessada na experiência positiva que a publicidade transmite do que no produto.




A importância do não

Como não ceder aos apelos de consumo do filho que, na maioria das vezes, tem o poder de dobrar os pais pela emoção? O pai e a mãe são os adultos da relação, são eles quem sabem o que pode e o que não pode, que têm de dar o exemplo correto e ensinar valores.


O ponto negativo é que o relacionamento atual entre a criança e seus pais está muito ligado à questão do comprar, do ter. Ter para ser, como se a quantidade de objetos fizesse a gente melhor como pessoa. Para agravar a situação, os pais têm cada vez mais medo de dizer "não" ao filho, já que muitos carregam a culpa de não estarem presentes como gostariam no dia a dia.

Negar um pedido da criança, sempre que achar pertinente, é muito importante. Faz parte do desenvolvimento infantil se habituar às regras de convivência. À medida que o pai estabelece um limite, a criança passa por uma frustração que contribui para seu amadurecimento.


Diálogo: simples e eficaz

O diálogo ainda é a melhor opção. Quando uma coisa faz sentido para a criança, por mais que a chateie ou a frustre, ela aceita. Os adultos acabam não tendo muita paciência, mas têm de sentar com o filho e explicar os motivos de ele não poder ter determinada coisa.


Na tarefa de driblar o consumo infantil, fique atento à questão do "duplo comando, pois a criança aprende com os exemplos. Não dá para proibi-la de comprar o que quer e sair de outra loja carregado de sacolas com coisas para você. É importante que os pais tenham coerência entre o que falam e o que fazem.


O Natal pode sim ser comemorado com presentes. O único ponto é usar de ponderação, colocando o consumo em seu devido lugar, que é bem depois das relações familiares.

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