Quanto custa? Uma crônica de Rudyard Kipling

Quanto custa? Uma crônica de Rudyard Kipling

O amor de uma mãe tem preço?

O amor de uma mãe tem preço?

Publicada há 1 ano

MINUTINHO

Lembrança de um amigo

Por: Chico Xavier/Emmanuel

Não acredites em facilidades.

Muitas aflições nos fustigam o espírito, diante de nossos próprios caprichos desatendidos.

Não aguardes dinheiro farto ou mesmo excessivo para que te sintas feliz. 

Agradece aos Céus a possibilidade de trabalhar, porquanto o trabalho te garantirá a subsistência e a subsistência daqueles corações que se te fazem queridos.

Não esperes a felicidade para que possas realizar os próprios desejos.

A saciedade talvez seja a véspera da penúria, a cujas provações possivelmente não conseguirás resistir.

Não creias que uma personalidade humana, colocada nos píncaros do poder, disponha de recursos para solucionar todos os problemas que te enxameiam a existência.

É provável que essa pessoa, merecidamente importante, esteja carregando um fardo de tribulações mais pesado do que o teu.

Se pretendes viver fora das inquietações do cotidiano, não exijas dos outros aquilo que os outros ainda não possuem para dar.

Se queres viver nas alegrias da consciência tranquila, auxilia ao próximo o quanto puderes, trabalha sempre e confia em Deus.

CRÔNICA

Quanto custa?

Por: Rudyard Kipling

Havia um garoto que, nos seus quase oito anos, adquirira um hábito nada salutar. Tudo para ele se resumia em dinheiro. Queria saber o preço de tudo o que via. Se não custasse grande coisa, para ele não tinha valor algum. Nem se apercebia o pequeno que há muitas coisas que dinheiro algum compra. E dentre essas coisas, algumas são as melhores do mundo.

Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado. A mãe encontrou, abriu e leu:

“Mamãe me deve: por levar recados - R$ 3,00; por tirar o lixo - R$ 2,00; por varrer o chão - R$ 2,00; extras - R$ 1,00. Total que mamãe me deve: R$ 8,00”.

Ela espantou-se no primeiro momento. Depois, sorriu, guardou o bilhetinho no bolso do avental e não disse nada.

O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto. Correu para a mesa do almoço. Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os R$ 8,00. Os seus olhos faiscaram. Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com aquela recompensa. Mas, então, percebeu que havia outro papel ao lado do seu prato. Igualzinho ao seu e bem dobrado. Ele abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta:

Imagem: Ilustração. Fonte: 123RF

“Filhinho deve à mamãe: por amá-lo: nada. Por cuidar da sua catapora: nada. Pelas roupas, calçados e brinquedos: nada. Pelas refeições e pelo lindo quarto: nada. Total que filhinho deve à mamãe: nada.”

O menino ficou sentado, lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer nenhuma palavra! Depois se levantou, pegou os R$ 8,00 e os colocou na mão de sua mãe. A partir deste dia, ele passou a ajudar constantemente a sua mãe. Agora, por amor!

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