Caso Pastorzão: investigações sinalizam consumação de mais crimes
Como previmos anteriormente, o ‘Caso Pastorzão’ – aquele que envolve a utilização de veículo público com finalidade particular pelo vereador Claudenilson de Araújo (PSC) – deve render, no mínimo, capítulos de alta tensão dentro do Legislativo fernandopolense. No máximo, pode-se especular a apresentação de denúncias judiciais e até políticas que podem levar a cassações (no plural).
Com o edil aparentemente satisfeito com a branda punição aplicada pelos seus pares em agosto – suspensão por 90 dias – eis que novidades advêm da Delegacia Seccional de Polícia, através do Inquérito Policial aberto para apuração similar.
Dentre as principais constantes no procedimento policial, ainda sem a conclusão que deve ser apensada ao Relatório Final a ser brevemente enviado pelo delegado Ailton Canato nos próximos dias ao Poder Judiciário, devem estar:
- o possível indiciamento de dois vereadores fernandopolenses, por envolvimento nos fatos principais, ou seja, na utilização irregular do Toyota SUV SW4, para deslocamento de Pastorzão até o Centro de Detenção Provisória de Paulo de Faria no dia 14 de março deste ano. Ainda não foram nominados oficialmente os supostos parlamentares municipais, embora no meio político já se tenha ‘noção’ de quem são;
- o eventual cometimento de um ilícito de alta apenação criminal (e consequências jurídicas) por parte de servidor(es) da Câmara Municipal na falsificação de documentos, especialmente no Livro de Controle dos veículos oficiais com vistas a produzir, falsamente, provas processuais. Nesse tópico, além de servidor(es) de carreira, há apurações no sentido de se desvendar eventual envolvimento de membros da Mesa Diretora da Câmara;
- duas denúncias apresentadas na Polícia pelo vereador Cidinho do Paraíso. A primeira afirmando que está recebendo pressões para aquiescer a um Projeto de Lei que teria como finalidade última beneficiar a clínica de recuperação mantida/administrada pelo vereador afastado Pastorzão. A outra é de que teria recebido, do presidente da Casa Gustavo Pinato, sugestão para utilizar o mesmo veículo oficial para ir ao velório de um amigo em Dirce Reis.
Reforçando, o procedimento policial, ao final e apesar da tênue reprimenda legislativa aplicada pelos vereadores, pode propender pelo indiciamento por ilícitos de improbidade administrativa contra o próprio Pastorzão e até mesmo contra o ex-motorista (pediu exoneração do cargo após a abertura das investigações) José Renato.
É... Ao que parece, a contestadíssima aquisição de um veículo oficial por mais de R$ 400 mil, ao final do ano passado, para os atuais ocupantes do Palácio 22 de Maio, está se provando um péssimo negócio. Para a população, que esperava uma destinação mais nobre do volumoso recurso e para os próprio membros da Mesa da Câmara, que utopicamente almejam saírem incólumes desse imbróglio público.