ARTIGO

SOLIDARIEDADE: PENSAR, SENTIR E EXERCER

SOLIDARIEDADE: PENSAR, SENTIR E EXERCER

Por Maria Aparecida Moreira Martins Participante da Renovação Carismática Católica (RCC) Coordenadora da Cáritas Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Assunção – Catedral de Jales

Por Maria Aparecida Moreira Martins Participante da Renovação Carismática Católica (RCC) Coordenadora da Cáritas Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Assunção – Catedral de Jales

Publicada há 2 anos

O que é solidariedade? Um sentimento, uma condição, um ato, empatia, compaixão, caridade? É uma palavra comum em nosso meio, em nosso dia-a-dia e que a usamos e empregamos sem considerar muito o seu verdadeiro significado e a correspondente importância. No referencial mais comum hoje, o Google, podemos encontrar que solidariedade - “palavra originada no Francês Solidarité, significa se identificar com o sofrimento do outro e, principalmente, se dispor a ajudar a solucionar ou amenizar o problema”. Para algumas correntes da filosofia ocidental há duas perspectivas: uma de que a solidariedade é inata e a outra de que é um princípio criado pela própria sociedade. Na psicologia também encontramos posicionamentos de que há influência social nas atitudes de solidariedade. Há certa unanimidade de que o primeiro passo para a solidariedade é a empatia e esta é o ato de “tentar ‘experimentar’ de forma objetiva e racional o que o outro sente; tentar “se colocar” no lugar do outro de maneira a se sensibilizar com sua dor”. A solidariedade é precisamente partilhar o pouco que temos com quantos nada têm, para que seja amenizado o sofrimento do outro. 

Quanto mais cresce o sentido de comunidade e comunhão como estilo de vida, tanto mais se desenvolve a solidariedade, que nunca foi tão necessária como na atual conjuntura, em que somam os milhões de pessoas que passam fome no país e, por consequência, são vítimas de tantas outras violações contra a dignidade humana; os sofrimentos causados pela pandemia da Covid-19 resultando em muitas crianças órfãs e familiares que choram a perda de seus filhos e outros entes queridos; as tristes cenas de milhares de pessoas deportadas de seus países pelos conflitos internos e pelas guerras, gerando as maiores vulnerabilidades que se pode ver na face da terra. Um povo que sofre com fome, doenças, desamparos e a desesperança; uma multidão de gente simples, que vem juntar-se ao elevado número de pobres. 

Numa mensagem, o Papa faz um questionamento: “como dar uma resposta adequada que leve alívio e paz a tantas pessoas, deixadas à mercê da incerteza e da precariedade?” Frente a esta realidade é preciso clamar e fomentar sentimentos, atos e ações de solidariedade.

Em 2017, o Papa Francisco instituiu o domingo anterior à Festa de Cristo Rei como o “Dia Mundial dos Pobres”, que neste ano a Igreja Católica de todo o mundo celebra em 13 de novembro, com o objetivo de sensibilizar os fiéis sobre a necessidade de aproximação dos pobres. No Brasil, durante toda a semana de 06 a 13 de novembro, foi vivenciada como a VI Jornada Mundial dos Pobres, com momentos de reflexão, formação, celebração e articulação. O chamado do Papa é para “aprofundarmos na compreensão das causas das desigualdades para uma atuação engajada e profética de transformação dessas realidades”.

A VI Jornada Mundial dos Pobres, em comunhão com a celebração dos 66 anos da Cáritas Brasileira, que historicamente promove gestos/ações de solidariedade em celebração do seu aniversário, reafirma a necessidade da reflexão sobre a pobreza, sobre as dores dos que mais sofrem com as injustiças sociais e a promoção de um conjunto de ações solidárias. 

Basta um olhar atento às pessoas que estão em nosso meio, na comunidade, no trabalho, na Igreja, na família, nas ruas e em tantos outros lugares, que iremos identificar as que necessitam de atenção afetiva, espiritual e material. A solidariedade é um ato de essência do bem e deve ser constante em nossa vida, traduzida em pensamentos, sentimentos e no exercício de gestos concretos.


Jales, 09 de novembro de 2022.

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