Parábola dos Executivos e das 10 virgens

Parábola dos Executivos e das 10 virgens

Texto de Marlio Lamha

Texto de Marlio Lamha

Publicada há 1 ano

MINUTINHO

No recinto doméstico

Por: André Luiz/Chico Xavier

Bondade no campo doméstico é a caridade começando de casa.

Nunca fale aos gritos, abusando da intimidade com os entes queridos.

Utilize os pertences caseiros sem barulho, poupando o lar a desequilíbrio e perturbação.

Aprenda a servir-se, tanto quanto possível, de modo a não agravar as preocupações da família.

Colabore na solução do problema que surja, sem alterar-se na queixa.

A sós ou em grupo, tome a sua refeição sem alarme.

Converse edificando a harmonia. É sempre possível achar a porta do entendimento mútuo, quando nos dispomos a ceder, de nós mesmos, em pequeninas demonstrações de renúncia a pontos de vista.

Quantas vezes um problema aparentemente insolúvel pede tão somente uma palavra calmante para ser resolvido?

Abstenha-se de comentar assuntos escandalosos ou inconvenientes.

Em matéria de doenças, fale o estritamente necessário.

Procure algum detalhe caseiro para louvar o trabalho e o carinho daqueles que lhe compartilham a existência.

Não se aproveite da conversação para entretecer apontamentos de crítica ou censura, seja a quem seja.

Se você tem pressa de sair, atenda ao seu regime de urgência com serenidade e respeito, sem estragar a tranquilidade dos outros.

CRÔNICA

Parábola dos Executivos e das 10 virgens

Marlio Lamha

Uma grande empresa multinacional com sede em Moscou, na Rússia, resolveu abrir uma filial no Brasil. 

Contratou dez executivos para instalarem e gerirem esta filial, deixando bem claro, a todos, que num dia indeterminado, todos seriam chamados à matriz para apresentarem ao presidente e à Diretoria relatório detalhado de suas atividades. 

O salário era generoso, mas o serviço a ser executado era duro e extenuante. 

Um grupo de cinco desses executivos começou a pensar da seguinte forma: trabalhamos muito durante o horário de expediente e é justo que aproveitemos as nossas horas de lazer do jeito que queremos. Ganhamos bem, portanto vamos aproveitar o que a vida tem de melhor. Jantavam nos melhores restaurantes, frequentavam os mais seletos clubes, passavam os fins de semana nos lugares da moda, enfim, levavam uma boa vida, despreocupados com o futuro. 

O outro grupo pensou da seguinte forma: mais cedo ou mais tarde vamos ser chamados para prestar contas de nossas atividades na Rússia. Não conhecemos nada do país, não falamos sua língua, nada conhecemos dos seus costumes, do clima; não temos pessoas conhecidas lá, enfim é um mundo desconhecido para nós. Seria então, conveniente, nos prepararmos para essa reunião. Todos eles se matricularam num curso de russo e à medida que aprendiam a língua trocavam e-mails com seus colegas da matriz, pediam informações sobre o país, iam se familiarizando com os hábitos e costumes da região. Nesta troca de e-mails fizeram amizades e foram até aconselhados a fazerem uns investimentos na Rússia para, quando para lá fossem, tivessem mais conforto. Visitaram páginas da internet em russo e cada vez mais foram dominando o conhecimento do país.

Alguns anos se passaram e, de repente, chegou a convocação do presidente geral: deviam embarcar no primeiro voo porque já eram esperados pela Diretoria para a apresentação de seus relatórios.

O grupo dos cinco executivos que desfrutavam da boa vida se apavorou. Como iriam se apresentar à Diretoria, se não falavam uma palavra de russo? Como chegariam do aeroporto até a matriz, se não conheciam a cidade, não tinham dinheiro russo e nem conheciam ninguém que os ajudasse? Onde ficar, que roupas levar? Enfim um desconhecimento total do seu destino. Pediram socorro aos outros cinco colegas que lamentaram muito não poder ajudar porque o embarque era imediato e não havia tempo de treiná-los. 

Assim é a vida na Terra. Todos nós sabemos que um dia seremos chamados à erraticidade onde teremos que assumir plenamente a responsabilidade de nossos atos. 

Com a nossa forma de viver, em que grupo de executivos nós estamos nos enquadrando?

Observação: qualquer semelhança com a Parábola das 10 Virgens, não é mera coincidência.

Imagem: Ilustração

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